quinta-feira, 30 de abril de 2015

Psycho Pass 2, ainda melhor que a primeira temporada.


Bem, acabei de terminar a segunda temporada de Psycho Pass, e se já havia achado a primeira temporada extraordinária, a segunda me deixou de queixo caído. Todo o peso da primeira temporada vai montando o ambiente da segunda, mas com uma nova e ainda maior ameaça: alguém que o Sistema Sibyl sequer consegue constar como existente, bem diferente do caso de Makishima Shogo, que era um criminoso assintomático, ou seja, conseguia manter seu Psycho Pass em níveis alarmantemente baixos, quase como imune a qualquer sentimento ou estímulo externo.

Na segunda temporada, contamos com alguns novos personagens e uma mudança de posição hierárquica no comando da Unidade 2: Akane assume o papel de Ginoza. Entram novos Executores e uma nova Inspetora novata. Alguns personagens da primeira temporada continuam firmes e fortes, com brilho redobrado, em alguns casos.

Shimotsuki.

A Inspetora novata se chama Mika Shimotsuki, e ela chega na mesma condição de Akane, inicialmente. Bem diferente de sua "senpai", Shimotsuki é invejosa, arrogante e prepotente, além de mais atrapalhar os companheiros e as investigações do que agir como uma detetive, em tese, deveria. Passa boa parte dos episódios se queixando das atitudes de Akane quando, internamente, gostaria de estar em seu lugar. Curiosamente, ela é uma das alunas da Academia Oso, a escola apenas para garotas que aparece em um dos casos da temporada de estréia de Psycho Pass. Conforme a segunda temporada avança, as escolhas de Shimotsuki vão se mostrando cada vez mais duvidosas, mesmo ela achando estar do lado da lei, o que de fato é verdade.

Psycho Pass 2 traz ainda mais escolhas difíceis para os personagens: em vários momentos, eles se veem entre a cruz e a espada, em sinucas de bico, todas aqueles ditados populares sobre o momento de tomar uma decisão difícil/dolorosa/impiedosa/irreversível, etc.

O novo inimigo consegue ser muito mais astuto que Makishima Shogo, arrebatando muitos fieis e seguidores, colocando em pânico até o Sistema Sibyl. Ele não faz nenhuma objeção em usar métodos violentos para destruir o sistema, e suas conexões de bastidores são absurdamente extensas. Seu objetivo é sempre obscuro, e várias teorias surgem, além dos confrontos táticos e de inteligência.

Akane Tsunemori, na segunda temporada de Psycho Pass.

Akane mostra que aprendeu muito com a convivência com Kogami e está muito segura de seu papel, madura como líder e muito tranquila em suas decisões, mesmo em momentos de muita tensão, ameaças pessoais e desaprovação do próprio sistema. Ela demonstra um gigantesco auto-controle emocional e capacidade de raciocinar diante das adversidades. Chega a assustar! 

Quanto à trama, o Sistema Sibyl continua sendo o alvo principal, mas de uma maneira muito mais visceral: se Makishima Shogo era um anarquista, o novo inimigo é movido por um senso de vingança e por justiça. Distorcidos, insanos, sanguinários, mas compartilhados por muitos da sociedade. São apenas 11 episódios, mas os 11 são recheados das mesmas coisas da temporada de estreia: diálogos ácidos e cheios de filosofia e confrontação de ideais, cenas fortes, boas reviravoltas e a impressão de você presenciar tudo em primeira pessoa.

Em vários momentos, eu senti que não tinha QI suficiente para acompanhar o tom filosófico/técnico-científico das conversas. Gen Urobuchi sabe explorar isto muito bem em suas obras; não há personagem desprovido de inteligência/cultura, por menor que seu papel seja. Psycho Pass 2 consegue, mesmo com apenas 11 episódios, ser ainda melhor que a primeira temporada.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Operação Kicxboxer – A Nova Era dos Dragões – Pancadaria com História Boa!

Todos vocês já sabem que a década de 80-90 foi rica em produzir inúmeros filmes de pancadaria sem muita preocupação com histórias detalhadas ou profundas, apenas preocupando-se com as coreografias e a ação. Mas, em 1989 a Taurus Entertainment produziu um filme chamado “Best of the Best”, traduzido aqui pro Brasil como “Operação Kickboxer – A Nova Era dos Dragões” que fugiu dessa regra e foi o melhor filme de ação com história que já vi desta época.

Um dos pôsteres do filme

A história é diferente das histórias da época e ao mesmo tempo é bem simples. Uma equipe americana de artes marciais (kickbox) é formada e irá enfrentar a equipe coreana, considerada a melhor de todos os tempos numa competição de kickbox. Cada um dos cinco integrantes da equipe americana possui seus propósitos e seus dramas pessoais e caberá ao Treinador Couzo extrair o melhor deles, além de mantê-los fora de confusões e unidos, mesmo com atletas tão diferentes uns dos outros.

A equipe americana reunida
A equipe americana é formada pelo calmo e concentrado Virgil Keller (John Dye), o caladão Sonny Grasso (David Agresta), o encrenqueiro e valentão Travis Brickley (Chistopher Penn, irmão de Sean Penn), o talentoso e melhor atleta da equipe Tommy Lee (Phillip Rhee) e o veterano Alexander “Alex” Grady (Eric Roberts, irmão de Julia Roberts), todos sob o comando do rigoroso Treinador Frank Couzo (James Earl Jones).

A equipe durante a competição
O que pesa aqui nesse filme são os dramas pessoais e os propósitos de cada integrante da equipe, como comentei acima. Alex Grady, por exemplo, vem de uma lesão no ombro que o tirou do último campeonato e quase o tirou do esporte pra sempre. Querendo provar pra sua família, seu filho e especialmente pra ele mesmo que ele ainda pode competir em alto nível, Alexander consegue entrar pra equipe. Outro bom exemplo é Tommy Lee. Seu passado é obscuro e não sabemos o que houve com ele, mas ele tem algum trauma muito grande que é explicado ao longo do filme. Apesar de bons atores e bons personagens, o filme rola em torno do trio principal: Tommy Lee, Alexander Grady e o Treinador Couzo.

Tommy Lee, a grande estrela da equipe americana
Os treinamentos são parte importante do filme também e os atletas são levados ao extremo por Couzo (o que é explicado quase ao final do filme). É interessante assistir a diferenças dos treinamentos quando mostram a equipe americana treinando e a coreana também. Deixam claro à todo momento que os atletas coreanos são muito duros e complicados.

A equipe coreana
Temos várias cenas marcantes no filme, mas a cena da briga no bar é demais. Impossível não se contagiar com toda a cena, ainda mais com a música “The Devil Made Me Do It” de Golden Earring tocando. Muito bom! Por falar nisso, toda a trilha sonora do filme é boa, como quase toda trilha de filme dessa década.

Tempo fechando no bar
A última luta do filme é muito boa e as cenas são muito bonitas (a última sequência então de golpes é coisa de cinema mesmo). O final ainda guarda uma surpresa: uma cena tocante e emocionante que fará muito macho aí se emocionar. Eu chorava feito criança quando assistia esse filme quando era mais novo. Foi o único filme de pancadaria que vi até hoje que conseguiu me emocionar e até ao meu pai (que dizia que homem não chora, mas no final do filme disfarçou enxugando as lágrimas com o lenço fingindo que estava assoando o nariz). É muito bonito e a mensagem do filme também.

Tommy Lee vs Dae Han
“Operação Kickboxer” teve mais 3 continuações, todos com Phillip Rhee voltando ao papel de Tommy Lee, mas sem o restante do elenco. Nessas continuações, a magia se perdeu e a franquia caiu na velha trama da vingança tão característica dos anos 80-90. Tommy chegou até a enfrentar uma seita racista no último filme, pra vocês terem uma ideia.

Poster do terceiro filme. Só pela capa nota-se que a história não tem mais nada haver com a original
Mas, voltando ao filme original de 1989, é um filmaço mesmo e um grande clássico. O grande Chuck Liddell, astro aposentado do UFC, cita “Operação Kickboxer” como seu filme de ação favorito. Apesar de gostar e ser um dos meus filmes favoritos dessa década também, o filme não foi bem nas bilheterias, nem dá pra imaginar como teve tantas continuações.

Frank Couzo e seu jeitinho calmo
Então, para quem ainda não conhece este grande clássico, corram atrás e assistam, pois garanto que não irão se arrepender, afinal de contas, aqui só há o melhor dos melhores!


Um grande abraço!

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Psycho Pass, um anime extraordinário.


Desde que assisti Kamen Rider Gaim, me tornei fã de Gen Urobuchi e seu estilo de escrever. O tom sério, seco, cru, me chamaram atenção demais, e não é diferente com Psycho Pass. Gen mostra o lado obscuro das pessoas e da sociedade construída por elas neste anime. Seu primeiro episódio foi exibido em 11 de outubro de 2012, e conta com um total de 22. Cada episódio vai mostrando um novo aspecto de uma sociedade regida por um sistema chamado Sibyl, que decide quem vive e quem morre de maneira simples e direta: a palavra dele é o que vale.

Em Psycho Pass, há um medidor chamado Coeficiente Criminal, que mede o nível de criminalidade latente em cada pessoa do Japão, sendo ela boa ou má. Não há distinção, nem privilégios. O Sistema Sibyl apenas distingue entre duas sentenças: reabilitação ou morte, dependendo no número que aparecer em cada uma das armas que os Inspetores e Executores carregam. Pura lógica, nenhuma interpretação. A arma utilizada chama-se Detonator, e ela só pode ser utilizada por um Inspetor ou Executor registrado via biometria/dna/registro na Segurança Pública, o que torna as decisões de atirar ou não bem individuais. Causa uma "anestesia" em alguns atirar, mesmo em modo não-letal; causa repulsa em outros.

Inspetores são equivalentes à detetives, eles têm o trabalho de investigar e cuidar dos Executores para que se mantenham na linha. Apenas pessoas com um baixo Coeficiente Criminal são escolhidas para a função e se tirarem uma alta nota no teste de aptidão aplicado pelo próprio Sistema Sibyl.

Executores são pessoas que o Sistema Sibyl considera incapazes de viver em sociedade por causa de seu alto Coeficiente Criminal. Eles não podem ser executados, mas também não podem viver livremente, então são recrutados para realizarem o "serviço sujo", executando criminosos em diversos casos. Alguns falam de si como "Cães de Caça".

Contudo, um Inspetor também pode se tornar um Executor caso sua Matiz fique turva (há um nível de cores que vai do branco ao preto) e o número de seu coeficiente passe de 150. Matiz é a escala utilizada para medir o Psycho Pass de cada pessoa. Tanto a cor da Matiz quanto o número de Coeficiente Criminal da pessoa são usados como instrumento de controle da criminalidade.

Um fato interessante é que se, por ventura, uma vítima de um crime ficar muito abalada pelo trauma sofrido, a mesma pode acabar sendo levada para reabilitação ou sendo executada, pois seu número pode subir demasiadamente e a Matiz turvar. Ou seja, não há muito para onde correr.

Akane Tsunemori.

A trama começa quando Akane Tsunemori chega para assumir o cargo de Inspetora, após tirar nota máxima no teste de aptidão, 700 pontos. No início, ela parece frágil, certinha e ingênua, mas vai mostrando maturidade ao longo dos episódios e um grande controle emocional. Forma uma excelente dupla com Shinya Kogami.

Há vários personagens interessantes na série, cada qual com seu papel, mas há dois que valem a trama toda e este texto: Shinya Kogami e Makishima Shogo. Ambos são extremamente inteligentes, analíticos, metódicos e determinados, Kogami para o bem, Shogo para a anarquia. Mesmo seguindo lados diferentes, dá pra afirmar que ambos sejam muito parecidos. Se entendem perfeitamente.

Shinya Kogami era Inspetor até ver seu parceiro ser assassinado cruelmente e acaba por ter seu Coeficiente Criminal passado do limite, perdendo seu emprego e vida pregressa para se tornar um executor. Inteligente ao extremo, tem uma forte intuição de detetive, e ensina demais à Akane. Também possui uma alta capacidade de análise de cenários. Acaba se tornando amigo e confidente dela. Trava um duelo intelectual com Makishima Shogo até o final da primeira temporada. 

Kogami.

Makishima Shogo, o vilão da história: um homem imune ao Sistema Sibyl, que consegue fazer seu Coeficiente Criminal zerar e passar batido por qualquer Inspetor, tem o típico perfil de um sociopata: inteligente, confiante, manipulador e eloquente, faz várias alianças (temporárias) e tramóias durante a série, e não mede esforços para conseguir seu objetivo, a anarquia. Ainda mais inteligente que Kogami, Makishima faz da Segurança Pública gato e sapato, matando quem quiser, sem nenhuma punição. Leitor e conhecedor de filosofia, cita vários autores famosos. Até a Bíblia ele lê. Interessante frisar que, por ser muito carismático, você acaba se convencendo que os argumentos dele para querer a destruição do Sistema Sibyl sejam justificáveis quase de maneira inegável. Um homem que não quer fama, não quer dinheiro, não quer poder, quer apenas uma sociedade livre e à moda antiga.

Makishima Shogo.

A trama de Psycho Pass gira em torno destes três personagens e como cada um deles reage às ações uns dos outros. A sociedade mecânica e autoritária de Psycho Pass é questionada todo o tempo, a falta de livre arbítrio real e o comodismo das pessoas em viver de acordo com o que o sistema lhes diz ser certo e não suas próprias convicções, o medo da falta do sistema, medo de não conseguir ser ninguém ou virar um criminoso. Chegam a chamar de fascista a maneira com a qual o Sistema Sibyl controla tudo e todos.

Gen Urobuchi.

Quem conhece um pouco do modo de Gen Urobuchi escrever animes, sabe que ele tem alguns "clichês": sempre há dois ou mais personagens com QI genial, há pouquíssimo humor, a trama é dura, emoção forte no fim, uso de temas bíblicos e diálogos cheios de franqueza. Psycho Pass é um anime sério, excelente, extraordinário, onde você vê muitos questionamentos sobre a sociedade, sobre os valores morais das pessoas, sobre o poder do livre arbítrio e da liberdade (redundância proposital), e coloca em xeque que lado da história realmente é bem e que lado é mal.

Demolidor - Tia Marvel ensinando como se faz uma Série de Super Herói

Sou um nerd. Um nerd convicto e com orgulho. Sempre gostei de ler quadrinhos, sejam eles quais forem. Marvel, DC, Dark Horse, Image, etc. Desde que a história fosse boa, não me importava (ou me importa) qual seja a editora, mas preciso confessar que sempre fui muito fã dos personagens e histórias da Marvel. Não que as outras editoras não saibam escrever ou possuam personagens ruins, nada disso... porém a Marvel sempre conseguiu trazer histórias pessoais e dramas cotidianos para seus personagens fazendo com que nos identificássemos com eles. Imaginem então a minha alegria quando soube que a Netflix e a Marvel iriam produzir uma série de um personagem que eu gosto muito: o Demolidor??!!

Logo da Série
Em 10 de abril de 2015 estreou a temporada completa contendo 13 episódios na Netflix do Homem sem Medo. Produzida pela Marvel Television em associação com a ABC Studios, DeKnight Prods. e Goddard Textiles, a série tem arrancado elogios dos críticos e arrebatado mais e mais fãs para a produção e o personagem.

Uma parte do elenco reunido
Matt Murdock é um advogado de Nova York que sofreu um acidente quando era criança salvando um idoso de ser atropelado. Neste acidente um líquido desconhecido caiu em seu rosto e o deixou cego, porém ampliou todos seus outros sentidos. Após muito treino, Matt resolve salvar sua cidade, começando pelo seu bairro Hell´s Kitchen (algo como Cozinha do Inferno, imaginem como é calmo por lá...) e assume a identidade de Demolidor. Lutando contra gangues, policiais corruptos e muitas pessoas compradas por propina, Matt deverá impedir a queda de sua cidade e deverá proteger as pessoas que sofrem cada dia mais com violência e opressão.

The Devil of Hell´s Kitchen
Antes de Demolidor, a DC estava tirando onda com seus heróis fazendo bonito na TV. Séries como "Smallville", "Arrow", "Gotham", "Constantine" e "The Flash" ditavam como eram feitas as produções. Até mesmo "Agents of S.H.I.E.L.D." seguia o mesmo rumo das produções da DC (ainda não assisti "Agent Carter"). Mas aí, chegou "Demolidor" e todas essas produções passam à parecer coisas bobinhas, tolas. Não me entendam mal. Elas não são ruins, longe disso. Eu adoro "Smallville", "Constantine" e "The Flash", mas "Demolidor" eleva e muda totalmente as coisas. Posso comparar "Demolidor" na TV como o "O Cavaleiro das Trevas" nos cinemas. Ambos vieram pra modificar totalmente o rumo do que era feito e começar uma nova era nas produções. Todas estas séries que citei seguem o mesmo rumo: muito humor, dramas adolescentes, muitos modelos (masculinos e femininos desfilando nas telas) e um bocado de ação. Em "Demolidor" temos muita, mas muita ação mesmo. Pancadaria sem dó. Investigação e os dramas pessoais dos personagens estão ali, no melhor estilo Marvel de ser. A coisa aqui é séria, sem muito espaço para o humor que é escasso.

Uma conversinha amigável
Preciso destacar logo de cara os dois protagonistas da série. Charlie Cox, o Matt Murdock/Demolidor, e Vincent D'Onofrio, o Wilson Fisk/Rei do Crime, dão um show de interpretação na série. Vamos começar falando de Charlie Cox. Ele passa a impressão mesmo de ser um deficiente visual e muda completamente quando está com a máscara. E o cara é rápido! Putz! Os golpes que ele desfere são rápidos! Vemos a dúvida que o personagem passa. Ter que enfrentar os bandidos, espancá-los e fazer eles abrirem o bico (até mesmo sob tortura) contrasta com o advogado que age dentro da lei e faz tudo corretamente. Seus diálogos na igreja com o padre Lantom (Peter McRobbie) são cheios de filosofia e debates sobre a moral e a ética.

Charlie Cox como Matt Murdock
Vincent D'Onofrio também deu um show. O cara era uma bomba relógio ambulante que passa o tempo inteiro nos dando a impressão que está se segurando para não espancar ou destroçar qualquer um à sua frente. Ele ficou perfeito como Wilson Fisk. D´Onofrio era calmo, tranquilo, muito elegante e acima de suspeita, mas sempre mantendo-se sob controle. Quando entra em ação, seu Rei do Crime é brutal, visceral. As cenas em que Fisk parte para o ataque físico lembram um rinoceronte desembestado tamanha força e potência. A luta final entre Demolidor e Fisk é animal, brutal, sanguinolenta e espantosa. As mulheres da série contribuem para formar o Rei do Crime. Madame Gao (Wai Ching Ho) e Vanessa (Ayelet Zurer) parecem moldar o caráter de Wilson e o fazem abraçar o Rei do Crime de uma vez.

Vincent D´Onofrio como Wilson Fisk
Os diálogos entre Wilson Fisk e Matt Murdock são geniais. Cada um defendendo seu ponto de vista e recheados de ameaças. No início da série Fisk não dá muita atenção para o "mascarado de preto" e o trata apenas como uma coisa pequena, mas conforme o Demolidor vai acabando e destruindo os planos do Rei, este começa à se interessar por ele ao ponto de ir confrontá-lo pessoalmente. A série é muito violenta e nos faz questionar o tempo todo se vale mesmo entrar numa briga contra os poderosos que controlam tudo, desde a polícia, a mídia até os hospitais e serviços comuns. Há momentos que vemos nosso dia a dia ali, os poderosos que fazem de tudo para sempre se manterem no topo da cadeia alimentar.

Matt cuidando dos seus ferimentos de guerra com a linda Claire (Rosario Dawson)
A série é totalmente inspirada na graphic novel de Frank Miller, "Demolidor - O Homem sem Medo", ao qual já falei aqui antes mesmo no blog (http://aconfr4ria.blogspot.com.br/2015/01/demolidor-o-homem-sem-medo-mini-serie.html). Aqui vemos as primeiras atividades de Matt como Demolidor, ainda usando seu uniforme improvisado todo preto. Assim como na graphic, apenas no final da série é que iremos ver o Demolidor usando seu uniforme vermelho tradicional. Por falar nisso, o uniforme da série ficou lindo, muito bem feito. O universo cinematográfico da Marvel é citado indiretamente na série vez ou outra, mas muito mais sutilmente do que em "Agents of S.H.I.EL.D.".

O uniforme da graphic novel e da série
Ainda temos bons personagens como Foggy Nelson (Elden Henson), a lindíssima Karen Page (Deborah Ann Woll), o sinistro e calmo James Wesley (Toby Leonard Moore), o cricri Leland Owlsley (Bob Gunton) e o veterano Ben Urich (Vondie Curtis-Hall) completando e complementando toda a história. Aqui, todos os personagens tem seu peso e contribuição na história. Não estão ali só pra constar ou fazer a alegria do fã nerd por apenas aparecer o nome deles na produção.

Foggy Nelson e Karen Page
Agora que terminou a temporada, os planos da Marvel e da Netflix são grandes. Já está sendo filmada a série de Jessica Jones, logo depois teremos a série do Luke Cage, depois Punho de Ferro e pra fechar com chave de ouro uma série dos Defensores, onde irão reunir Demolidor, Jessica Jones, Luke Cage e Punho de Ferro. Ah! A segunda temporada do Demolidor já foi confirmada para 2016.

O uniforme tradicional do Demolidor
Meus caros, se vocês ainda não viram Demolidor vão agora mesmo no site da Netflix e assistam a série. Duvido que não irão gostar e ficar, assim como eu, mais ansiosos ainda pras próximas séries que virão da Marvel e contar os dias para a segunda temporada do Homem sem Medo.


Um grande abraço!

sábado, 18 de abril de 2015

A Morte e o Retorno do Superman

A triste cena do campo de batalha entre Apocalypse e o Superman.

Bem recentemente, li as hqs de A morte e o Retorno do Superman. Eu sempre tive minhas ressalvas quanto ao homem de aço, pois nunca gostei de heróis que pudessem subjugar o mundo à sua vontade, caso quisessem. Este é o caso do Superman. A "divindade" que atribuem ao personagem sempre me incomodou, mas, por desencargo de consciência e muita curiosidade, já que conhecia o game do SNES e é um dos meus favoritos, resolvi ler.

O cortejo.
Lançada entre outubro de 1992 e outubro de 1993, a hq conta os derradeiros passos de Kal-El quando surge um novo e extremamente poderoso inimigo: o Apocalypse. Eles travam uma batalha que atravessa vários estados americanos até chegar em Metropolis, quando a exaustão faz o homem de aço tombar, para desespero de amigos, familiares, outros heróis, Lois Lane e o próprio mundo. A partir da morte dele, dá-se início a uma busca por um novo herói e um símbolo a ser seguido, criando até ceitas sobre o Super-homem. Uma coisa interessante foi ver como Kal-El afetava amigos e inimigos de forma praticamente idêntica: há uma comoção enorme ao redor do globo, um medo de a Terra ficar sem um guardião e a busca por um novo campeão para defender o planeta.

Superboy, Ciborgue, Aço e Erradicador.
A própria Liga da Justiça fica desnorteada pela falta de seu maior nome, amigo, líder, até mesmo inspiração. Algumas coisas ganham uma grande evidência, que é esperada: Lois Lane não aceita a morte do Super-Homem e vive uma enorme crise sobre como aceitar a perda e seguir sua vida. Os pais de Clark não conseguem crer na perda do filho e seu pai quase morre. Até Lex Luthor fica atordoado pela perda de seu maior inimigo. Mesmo ele mostra sentir falta dele, apesar de sua maior frustração é não ter sido o assassino do kryptoniano.

São hqs extensas, cerca de 80 páginas por edição. Por vezes, a leitura se torna um pouco cansativa, pois há muitos desdobramentos, muitas pessoas surgem, inclusive quatro homens que clamam ser o Super-Homem. Seguem (Fonte: Wikipédia):

Durante o período que esteve morto, quatro indivíduos clamaram o manto de Superman:
  • "O Homem de Aço", um Superman usando uma armadura de resistência incrível que esconde John Henry Irons, identidade de "Aço", antes criador de armas poderosas para o exército. Irons abandonou a proteção de Superman para morar em Washington e adotar sua própria identidade como "Aço".
  • "O Último filho de Krypton", um Superman violento, foi revelado ser a reencarnação de O Erradicador, vivo graças ter usado sua energia para formar um corpo a imagem de Kal-El, o último filho do planeta Krypton. Ainda hoje o Erradicador existe, mas pela energia viva de um cientista terrestre e compartilha recordações humanas e kryptonianas.
  • "A maravilha de Metrópolis", um adolescente, supostamente um clone de Superman, liberado das garras dos criadores antes de alcançar a idade madura, recusava aceitar para si o nome de Superboy. Finalmente ele aceitou e fixou residência na ilha do Havaí. Mais tarde foi descoberto que de fato era um clone melhorado de um ser humano, seu criador, Paul Westfield, diretor do Projeto Cadmus, agora morto.
  • "O Homem do Amanhã" (posteriormente conhecido como Superciborgue), um ciborgue valente, foi proclamado como reconstruído de Superman, mas suas verdadeiras intenções eram o fim quando em aliança com Mongul, arrasou uma cidade de 7 milhões de habitantes, Coast City, casa do Lanterna Verde, Hal Jordan! 
Cada novo Super-Homem que aparece tem suas próprias motivações para requerer o título, mas apenas Aço e Superboy se aproximam mais de Kal-El, ainda que bem diferentes do original. Ainda há a Supergirl, que tem boa participação durante toda a trama, ajudando a cidade sempre que ela necessita dela. O próprio Luthor precisa arregaçar as mangas e fazer algo por Metropolis.

A trama é bastante extensa e cheia de contrastes. Ela se divide em três arcos:

Apocalypse! - 1992
Funeral para um amigo. - 1993
O Retorno do Superman - 1993

Bem, como disse no início, sempre tive grandes ressalvas com o Super-Homem, mas as hqs me mostraram que ele não é apenas um símbolo de força, mas um símbolo de respeito, um homem a ser imitado, copiado, até mesmo cultuado. Confesso que continuo achando-o poderoso demais, mas ver que Kal-El, embora em um nível muitíssimo maior, também possui debilidades, fez com que a minha imagem do kryptoniano fosse alterada para melhor. Bem melhor. Sem nenhuma sombra de dúvida, é uma hq que todo fã do Super, da Liga da Justiça ou de quadrinhos em geral deveria ler. 

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Shuriken Sentai Ninninger, primeiras impressões.


Bem, quando as primeiras imagens de Ninninger vazaram, confesso que fiquei preocupado, pois a Toei tem seguido com sentais de maior apelo humorístico desde o final de Go Busters. A baixa audiência fez com que a produtora optasse por tramas mais "digeríveis", digamos. De cara, não gostei do visual dos ninjas, com aquilo de botas brancas para contrastar com o restante do visual.

Porém, minha preocupação acabou já no primeiro episódio. Ninninger, nos seus 24 minutos iniciais, já superou Toqger, seu antecessor. A trama já é bem definida desde seu início: os ninjas têm de evitar a ressurreição de um antigo general feudal chamado Kibaoni Gengetsu, que fora derrotado pelo homem conhecido como "Last Ninja". Agora, os youkais começam a ressurgir e cabe aos cinco a árdua tarefa de os derrotarem, além da disputa interna sobre quem será o ninja mais poderoso.

Shurikenjin, o robô básico de Ninninger.
Para isto, o avô dos ninjas e seu filho os ajudam nos treinamentos e na rotina diária dos jovens, aconselhando e repreendendo quando necessário. Ninninger não deixou de lado o humor, mas está mais focado que Toqger ou Kyoryger, que o usavam de maneira mais extensa e, muitas vezes, enjoativa.

Tinha fortes ressalvas quanto ao Shurikenjin, mas vê-lo em ação me mostrou estar enganado. Apesar do visual poluído, Shurikenjin trouxe uma boa inovação: a parte central do robô ser o "motorista" e ser passível de troca ou de agir separadamente dele, mesmo com o gattai completo. Os inimigos iniciais são interessantes e os dois primeiros generais já marcam presença: 

Kyuemon Izayoi, uma mulher/homem que veste uma roupa dourada, carrega uma espécie de marreta para "ninpous" e alargamento dos monstros. Ele/ela é responsável pela coleta de medo, que armazena numa cabaça.

Raizo Gabi, o segundo general a aparecer. Ele apenas se interessa por lutar e pouco se importa em trazer Kibaoni Gengetsu de volta. Acaba por criar rivalidade com o Akaninger. Ele me lembra, vagamente, o Kamen Rider Ouja, de Ryuki, pois ambos têm apenas o desejo de lutar como premissa.

Dos cinco Ninningers, três já se destacam bem; Akaninger, líder da equipe. Um pouco imprudente mas bem forte. Aoninger, o ninja azul, que veio de Londres. Pode usar magia e tem um nível bastante alto de poder. Rivaliza de cara com Akaninger. Momoninger, a ninja rosa: inteligente, analítica e bastante forte (já usei forte duas vezes, eu sei), já se mostra o membro mais pensante do grupo. Já apaziguou algumas situações e não é o tipo de rosa melodramática ou fofa demais, como Kagura de Toqger foi. Kininger e Shironinger, embora pareçam promissores, ainda estão começando a aparecer. A Shironinger passa boa parte dos episódios reclamando do irmão, e o Kininger é o mais engraçado e desligado do grupo.

Friso que todos têm potencial e são bons personagens, esperar para ver. Tenho apenas dois receios: que o roteiro foque demais na rivalidade Akaninger x Aoninger em detrimento dos outros personagens, tornando-os meros coadjuvantes, e a tal aquisição do título de "Last Ninja", que poderia empobrecer a trama, que já começou bem. Não creio que será o caso, mas vale a ressalva.

O que não gostei em Ninninger: em 7 episódios, eles já receberam duas mechas auxiliares e três shurikens de ninpous. Entendo a necessidade (até por ser profissional de marketing) da Bandai/Toei vender brinquedos, mas achei prematuro tantos upgrades com tão pouco tempo de trama. Bem verdade que os scans destes upgrades saíram têm meses, mas poderiam esperar, talvez.

Enfim, Ninninger, embora beba da fonte de vários sentais anteriores (o que não acho nada ruim), já mostra ter brilho próprio e torço para que isso continue até o seu encerramento.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Que monstro te mordeu?, uma série infantil muito interessante.

Gorgo, Morgume, Luísa, Lali e Dr. Z, os personagens principais.

Vivemos em um tempo em que a programação infantil na TV aberta é praticamente nula. Apenas SBT, Cultura e Record (apenas aos sábados e só Pica-pau) têm em sua grade um espaço para crianças. A própria legislação brasileira atrapalha nisso, mas não é do que se trata este artigo.

Recentemente, zapeando canais, coloquei na Cultura e estava passando "Que monstro te mordeu?", uma serie criada por Cao Hamburguer, o mesmo que criou Castelo Rá-Tim-Bum e Família Imperial, e Teodoro Poppovic. De cara, fiquei impressionado pela qualidade da produção: não deve em nada a programas de fora e nem outros já produzidos no Brasil.

Cenários, figurinos, os bonecos, tudo muito belo, bem feito. A série é nos moldes de Vila Césamo, Muppets, mas com uma linguagem mais voltada para o nosso país. Eu vi poucos episódios, mas gostei muito da maneira como a série se desenvolve. Pra ficar mais claro, eis o enredo, que é bem simples:

Toda vez que uma criança desenha um monstro, ele ganha vida em um lugar muito especial: o Monstruoso Mundo dos Monstros, espalhando caos por onde passa. Resta a Lali e seus amigos monstruosos - Luísa, Dedé e Gorgo - resolverem a confusão aprendendo algo com ela.
Fonte: Wikipédia.
A série já encerrou suas gravações, e possui 50 episódios. Começou a ser transmitida pela Cultura em 10 de novembro de 2014, e é diária, em dois horários: 11:30 e às 19:30.

Os personagens:

  • Lali "Lalica" Monstra (Daphne Bozaski) - Apesar de ter garras, orelhas pontiagudas e um rabinho, Lali Monstra é uma menina como qualquer outra. Ela é metade humana e metade monstra porque é assim que foi desenhada e desde que chegou no Monstruoso Mundo, tornou-se amiga inseparável de Gorgo, Dedé e Luísa e passou a ser tratada como filha por Dr. Z e seu assistente Morgume. Lali geralmente, vive sendo mordida por monstros diferentes e vivendo as aventuras mais absurdas.
  • Dr. Z (Paulo Henrique Santos) - Pai adotivo de Lali. Dr. Z é um cientista monstrólogo - que estuda e cataloga todos os tipos de monstro. No entanto, tem como atividade paralela humanologia, a ciência que estuda os seres humanos. Apesar de muitíssimo inteligente, Dr. Z é igualmente atrapalhado e desorganizado e por isso, depende de seu assistente Morgume para tudo. A origem de seu sotaque maluco até hoje não foi desvendada.
  • Morgume (Aguinaldo Rodrigues Feitosa) - É o único monstro em todo o Monstruoso Mundo que não foi "desenhado" por uma criança. Ele é na verdade um griseng mutante criado por Dr. Z para ser seu assistente no laboratório mas que acabou ficando responsável também por cuidar de casa e até mesmo da pequena Lali. Mas Morgume faz tudo isso sem reclamar pois, apesar de ser pequenino tem um coração gigantesco.
  • Luísa (Melina Meghini) - É uma poltrona rosa, romântica e sonhadora. É sensível, dedicada e muito tímida. Mas Luísa também tem a força de um mastodonte e consegue levantar monstro-pedras e monstro-árvores. Então é melhor ninguém se meter a besta com ela!
  • Dedé Haroldo (Hugo Picchi) - É um monstrinho hiperativo que nunca para quieto. Ele é grudento - vai ver é por isso que é feito de chiclete. Pula sem parar - vai ver por isso é uma bola. Tem quatro braços e oito olhos - e vai ver é por isso que está sempre ocupado com alguma coisa. Dedé porém, só tem uma boca - mas que fala por mais de doze!
  • Gorgo (Sidnei Caria) - É um latão de lixo todo embolorado e meio mal humorado. Tem um apetite de monstro-leão e come todo tipo de coisa com um gostinho especial porpneus borrachentos. Ele adora fazer piadas afiadas. Mas apesar das aparências, Gorgo é um monstro muito legal e um grande amigo para Lali, Dedé e Luísa (mas ele só não vai muito com a cara do Super Tom).
Há mais personagens, mas estes compõem a trama básica. Os temas são bem comuns, coisas que se pode ver no dia a dia, mas também abordam temas mais sérios como suas escolhas poderem afetar a vida dos outros ao seu redor, noções de responsabilidade e respeito às diferenças, valor da amizade e do companheirismo, entre outras coisas. Eu não vi todos os cinquenta episódios por questões de horário de exibição, mas é uma série leve, engraçada, divertida e com momentos interessantes de reflexão.

Deixarei para vocês o canal oficial da série no You Tube:

Que monstro te mordeu?

E um trailer:




Em um tempo em que as crianças têm tão pouco espaço na tv aberta, é muito bom ver que ainda há interesse de produtoras locais e gente igualmente interessada em produzir um programa de qualidade para as crianças que não têm (ou têm) acesso aos canais infantis da tv paga. E ainda mais contando com o nome de alguém como Cao Hamburguer.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Muppet Babies - A Imaginação regia a Festa!

Quando paro para lembrar os bons desenhos que assisti na minha infância, entre tantos inesquecíveis, um sempre me dá muita saudade: Muppet Babies! Criado por Jim Henson e produzido pela The Jim Henson Company e Marvel Productions (não, não é a Marvel Comics), este desenho foi um grande sucesso na década de 80 e 90. Foi lançado em 1984 pela NBC e teve 107 episódios. 

Os Muppet Babies!! Fofinhos, não?
O desenho mostrava a versão infantil de alguns dos mais consagrados personagens do "The Muppet Show" (também criado por Jim Henson) vivendo em um berçário aos cuidados da misteriosa Babá, que nunca mostrou seu rosto, apenas as meias listradas. O charme do desenho era a imaginação dos Muppets, com ela, eles viajavam o mundo, enfrentavam seres espaciais, participavam de eventos históricos do passado, entre tantas outras coisas que eles fossem capaz de imaginar. Não havia limites para eles.
Logotipo do desenho
Os Muppets eram formados pelo simpático e tranquilo Caco, a nervosa Piggy, o aspirante à comediante Fozzie, o esquisito Gonzo, o musical Rowlf, o louco Animal e pelos irmãos Skooter e Skeeter. De vez em quando, tínhamos a participação dos primos dos Muppets, o silencioso Beaker e o inventivo Bunsen. Eu adorava todos estes personagens, mas sempre tive um carinho especial por Gonzo. Ele sofria por ser o diferente da turma e talvez eu me identificasse com isso. Gonzo sempre está acompanhado de sua melhor amiga, a franguinha de pelúcia Camila. Ele é apaixonado por Piggy, mas esta só tem olhos pra Caco, que vive fugindo dela.

A misteriosa Babá
Muppet Babies usavam muitas referências ao mundo pop chegando até a usar várias cenas de filmes consagrados como "Indiana Jones", "Star Wars", "Frankenstein", "King Kong", entre muitos outros. As situações imaginadas pelos Muppets eram hilárias e suas aventuras eram demais. Os episódios eram recheados de músicas especiais pro desenho e conteve aproximadamente 100 músicas. Por falar em músicas, a abertura do desenho é uma das melhores até hoje! Ela já resume muito bem o clima e a ideia principal do desenho. Não tem como não cantar junto!!!

Os Muppets participam de Star Wars através da imaginação!
Hoje em dia, as crianças deveriam aprender mais com os Muppets e deveriam usar mais suas imaginações, deixando um pouco os computadores, televisões e videogames de lado. As crianças atuais não exercitam mais suas imaginações nas brincadeiras. Éramos capazes de viajar o universo com ela, assim como os Muppets faziam tão bem! Eles realmente se divertiam e nos divertiam!

Todos os Muppets Babies reunidos
Recentemente consegui achar a primeira temporada completa no blog Spawn Share (http://spawn-share.blogspot.com.br) do meu amigo Alexandro e fiquei extremamente feliz! É muito difícil encontrar esse desenho em qualquer lugar, ainda mais com imagens e sons perfeitos! Pra quem ainda não conhece ou quer relembrar os melhores personagens no quesito imaginação e diversão (só "O Fantástico Mundo de Bobby" era tão bom quanto), procurem no blog do Alexandro e não irão se arrepender!


Um grande abraço!

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Tropa de Elite – Brasil fazendo bonito na Ação!

Eu sempre fui um cara que não curte muito filmes nacionais. Por quê? Bom, na maioria das vezes o Brasil só produz dramas brabos ou comédias no padrão Globo. Confesso que algumas dessas comédias eu assisto vez ou outra, os dramas eu passo batido e outros gêneros são praticamente inexistentes no nosso cinema. Imaginem qual não foi a minha surpresa em 2007 quando lançaram “Tropa de Elite”?! 

Poster
O filme foi um sucesso estrondoso no Brasil e mundo afora também, arrebatando diversos prêmios, como o Urso de Ouro no Festival de Berlim. Inspirado no livro “Elite da Tropa” de 2006 escrito pelos ex-policiais André Batista e Rodrigo Pimentel, com o auxílio do antropólogo Luiz Eduardo Soares e o ex-marechal Rafael Donarto, o livro relata histórias do Batalhão de Operações Especiais, o BOPE, o esquadrão de elite da Polícia Militar do RJ. Meses antes de estrear o filme caiu inteiro na internet e foi um dos mais pirateados do ano (estima-se que mais de 11 milhões de pessoas assistiram ao filme ilegalmente), o que não impediu que o filme arrecadasse R$ 24.666.621 nas bilheterias.

Logo do filme
“Tropa de Elite” se passa do ano de 1997 e conta a história do Capitão Nascimento (brilhantemente interpretado por Wagner Moura), que pretende se aposentar do comando do BOPE, mas antes precisa encontrar um substituto. Ele passa à ficar de olho em dois aspirantes da polícia: André Mathias (André Ramiro) e Neto Gouveia (Caio Junqueira). Enquanto isso, Nascimento ainda tem que proteger a visita do Papa João Paulo II, que pretende ficar hospedado numa favela no Rio de Janeiro. A pressão da esposa Rosane (Maria Ribeiro), que está grávida, para que Nascimento deixe o BOPE somada à violência diária que precisa enfrentar o levam à beira de um colapso e estresse. Correndo contra o tempo, Capitão Nascimento precisa treinar seu substituto, proteger o Papa, a população e encarar ainda as corrupções existentes dentro da polícia.

Mathias à esquerda e Neto à direita, os "aspiras"

“Tropa de Elite” é um filmaço pra dar orgulho em qualquer brasileiro, não devendo em nada aos filmes americanos. É um tapa na cara da sociedade e uma chacoalhada em qualquer um. São explorados aqui temas como quem financia o tráfico de drogas, a tortura policial para obter informações, corrupção, pressão da vida particular do policial, o que a pessoa é capaz de fazer para se enturmar e o papel de um policial fora do batalhão. 

Nascimento treinando seus policiais
Wagner Moura é um show à parte. Ele é um dos grandes atores da nova geração, aos quais eu incluo Lázaro Ramos e Selton Mello. Seu Capitão Nascimento está no limite. Ele está sempre muito centrado, sério e é muito inteligente. Nascimento é incorruptível e não mede esforços para alcançar seus objetivos. É um personagem que fez a cabeça da galera.

Uma das cenas mais famosas do filme
O filme lançou vários bordões que entraram pro gosto popular (“Pede pra sair”, “O senhor é um fanfarrão”, “sr. 06”, “Falei que isso ia dar merda”, entre muitos outros), além de deixar todo mundo com a música tema do filme, “Tropa de Elite”, do Tihuana grudada na cabeça por muito tempo! A história é dividida em duas partes: a primeira são os aspirantes antes de entrar pro BOPE e a outra metade com eles já formados no Esquadrão de Operações Especiais. 

Poster internacional
“Tropa de Elite” veio para mostrar que se o Brasil quiser, pode fazer ótimos filmes, pode sair do dramalhão e comédia padrão e investir em filmes de ação, policiais, suspenses, etc. O filme ainda teve uma continuação em 2010 chamada “Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora é Outro”, também dirigido por José Padilha e que eu falarei mais pra frente. 

Nascimento e seu tratamento delicado com os vagabundos
Se vocês ainda não conferiram, procurem e assistam. E se acham que é um filme muito pesado e não aguentarão assistir, então parceiro.... pede pra sair!


Um grande abraço!

quinta-feira, 9 de abril de 2015

B´T X – Um Anime Fraco pra Regular

Há tempos estava tentando arrumar uma hora vaga pra assistir animes e durante o feriadão escolhi aquele que iria começar a minha nova Era de Animes: B´T X, criação de Masami Kurumada, o mesmo criador de Saint Seiya. Quem me conhece sabe que sou fã dos Cavaleiros do Zodíaco, então decidi pegar o que havia de animes de Kurumada legendados para assistir e conferir suas outras criações.

Teppei e seus amigos

B´T X foi um mangá criado em 1994 e foi publicado até 2000. Em 1996 virou anime contendo 25 episódios e em 1997 teve outra temporada chamada B´T X Neo, com mais 14 episódios. O Império das Máquinas querem dominar o mundo e substituir todas as criaturas vivas por seres robóticos ou androides. O Império conta com a ajuda dos B´Ts (leiam bitus), que são robôs com formas de animais (cavalos, dragões, tartarugas, etc) que ganham vida através do sangue de um dono. Assim que o B´T nasce ele só obedecerá aos comandos do seu dono. 

Teppei e X
Teppei Takamiya, um jovem corajoso e impulsivo, vai reencontrar seu irmão mais velho, o cientista Kotaro Takamiya, quando este é sequestrado pelo Império das Máquinas. O Império quer que Kotaro termine o B´T supremo: Raphaello. Durante o sequestro Teppei é ferido e seu sangue revive B´T X, um B´T lendário que estava jogado às sucatas. Agora cabe à Teppei e B´T X salvarem Kotaro e impedirem a conclusão da evolução de Raphaello.

Alguns B´ts e seus donos
A primeira temporada é bem arrastada e chata. Basicamente serve para apresentar os personagens do anime, os generais do Império das Máquinas, e apresentar alguns mistérios como o renascimento de X. Se cada B´T só aceita ordens de seus donos, então como X aceita as ordens de Teppei e é revivido por ele, uma vez que eles nunca se viram antes? Quem são as crianças que estão entre o Imperador e seus comandados?

Teppei enfrenta o General Metalface
A segunda temporada melhora e muito. A ação desenvolve mais e a história também, assim como o traço do desenho também melhora. Surgem alguns novos personagens e o anime caminhava para se recuperar bem, até começar os episódios finais. Para se ter uma ideia a batalha final contra Raphaello, que é tão aguardada durante todo o anime, só ocorre no último episódio e mesmo assim não vemos tudo. B´T X possui bons personagens e os dramas de cada um são bem explorados durante a segunda temporada.

Mais alguns personagens
Bom, outra coisa que eu não curto são esses animes onde quem vai pro combate é algum robô, animal, ser poderoso que não seja os próprios heróis do anime. B´T X é exatamente nessa linha. Comecei torcendo o nariz por causa desse tipo de anime, porém após alguns episódios fui me acostumando com a ideia para que no final de tudo eu voltasse à lembrar porque eu não curto animes assim. Prefiro o bom e velho combate mano a mano. 

Teppei e seu "Punho de Messias" com X ao fundo
A questão do visual de alguns personagens de Kurumada lembrarem muito os personagens dos Cavaleiros não me incomodou. Aliás, vi em algum lugar que Kurumada disse que seus personagens são todos parecidos porque eles seriam reencarnações. Ou seja, pobre Seiya. O bicho tá lutando há anos até hoje, vida após vida. B´T X ainda tem direito à uma Seiya! Karen é a cara do Seiya também, assim como Teppei!

Karen, a Seiya!!!
Se vocês curtem animes e querem matar a curiosidade sobre outras produções do Kurumada, assim como eu queria, assistam à B´T X. Tirem suas próprias conclusões. O que é ruim pra um pode ser bom pra outro. 


Um grande abraço!