quinta-feira, 30 de abril de 2015

Psycho Pass 2, ainda melhor que a primeira temporada.


Bem, acabei de terminar a segunda temporada de Psycho Pass, e se já havia achado a primeira temporada extraordinária, a segunda me deixou de queixo caído. Todo o peso da primeira temporada vai montando o ambiente da segunda, mas com uma nova e ainda maior ameaça: alguém que o Sistema Sibyl sequer consegue constar como existente, bem diferente do caso de Makishima Shogo, que era um criminoso assintomático, ou seja, conseguia manter seu Psycho Pass em níveis alarmantemente baixos, quase como imune a qualquer sentimento ou estímulo externo.

Na segunda temporada, contamos com alguns novos personagens e uma mudança de posição hierárquica no comando da Unidade 2: Akane assume o papel de Ginoza. Entram novos Executores e uma nova Inspetora novata. Alguns personagens da primeira temporada continuam firmes e fortes, com brilho redobrado, em alguns casos.

Shimotsuki.

A Inspetora novata se chama Mika Shimotsuki, e ela chega na mesma condição de Akane, inicialmente. Bem diferente de sua "senpai", Shimotsuki é invejosa, arrogante e prepotente, além de mais atrapalhar os companheiros e as investigações do que agir como uma detetive, em tese, deveria. Passa boa parte dos episódios se queixando das atitudes de Akane quando, internamente, gostaria de estar em seu lugar. Curiosamente, ela é uma das alunas da Academia Oso, a escola apenas para garotas que aparece em um dos casos da temporada de estréia de Psycho Pass. Conforme a segunda temporada avança, as escolhas de Shimotsuki vão se mostrando cada vez mais duvidosas, mesmo ela achando estar do lado da lei, o que de fato é verdade.

Psycho Pass 2 traz ainda mais escolhas difíceis para os personagens: em vários momentos, eles se veem entre a cruz e a espada, em sinucas de bico, todas aqueles ditados populares sobre o momento de tomar uma decisão difícil/dolorosa/impiedosa/irreversível, etc.

O novo inimigo consegue ser muito mais astuto que Makishima Shogo, arrebatando muitos fieis e seguidores, colocando em pânico até o Sistema Sibyl. Ele não faz nenhuma objeção em usar métodos violentos para destruir o sistema, e suas conexões de bastidores são absurdamente extensas. Seu objetivo é sempre obscuro, e várias teorias surgem, além dos confrontos táticos e de inteligência.

Akane Tsunemori, na segunda temporada de Psycho Pass.

Akane mostra que aprendeu muito com a convivência com Kogami e está muito segura de seu papel, madura como líder e muito tranquila em suas decisões, mesmo em momentos de muita tensão, ameaças pessoais e desaprovação do próprio sistema. Ela demonstra um gigantesco auto-controle emocional e capacidade de raciocinar diante das adversidades. Chega a assustar! 

Quanto à trama, o Sistema Sibyl continua sendo o alvo principal, mas de uma maneira muito mais visceral: se Makishima Shogo era um anarquista, o novo inimigo é movido por um senso de vingança e por justiça. Distorcidos, insanos, sanguinários, mas compartilhados por muitos da sociedade. São apenas 11 episódios, mas os 11 são recheados das mesmas coisas da temporada de estreia: diálogos ácidos e cheios de filosofia e confrontação de ideais, cenas fortes, boas reviravoltas e a impressão de você presenciar tudo em primeira pessoa.

Em vários momentos, eu senti que não tinha QI suficiente para acompanhar o tom filosófico/técnico-científico das conversas. Gen Urobuchi sabe explorar isto muito bem em suas obras; não há personagem desprovido de inteligência/cultura, por menor que seu papel seja. Psycho Pass 2 consegue, mesmo com apenas 11 episódios, ser ainda melhor que a primeira temporada.

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