Todos vocês já sabem que a década
de 80-90 foi rica em produzir inúmeros filmes de pancadaria sem muita
preocupação com histórias detalhadas ou profundas, apenas preocupando-se com as
coreografias e a ação. Mas, em 1989 a Taurus Entertainment produziu um filme
chamado “Best of the Best”, traduzido aqui pro Brasil como “Operação Kickboxer
– A Nova Era dos Dragões” que fugiu dessa regra e foi o melhor filme de ação
com história que já vi desta época.
Um dos pôsteres do filme |
A história é diferente das
histórias da época e ao mesmo tempo é bem simples. Uma equipe americana de
artes marciais (kickbox) é formada e irá enfrentar a equipe coreana,
considerada a melhor de todos os tempos numa competição de kickbox. Cada um
dos cinco integrantes da equipe americana possui seus propósitos e seus dramas
pessoais e caberá ao Treinador Couzo extrair o melhor deles, além de mantê-los
fora de confusões e unidos, mesmo com atletas tão diferentes uns dos outros.
A equipe americana reunida |
A equipe americana é formada pelo
calmo e concentrado Virgil Keller (John Dye), o caladão Sonny Grasso (David
Agresta), o encrenqueiro e valentão Travis Brickley (Chistopher Penn, irmão de
Sean Penn), o talentoso e melhor atleta da equipe Tommy Lee (Phillip Rhee) e o
veterano Alexander “Alex” Grady (Eric Roberts, irmão de Julia Roberts), todos
sob o comando do rigoroso Treinador Frank Couzo (James Earl Jones).
A equipe durante a competição |
O que pesa aqui nesse filme são
os dramas pessoais e os propósitos de cada integrante da equipe, como comentei
acima. Alex Grady, por exemplo, vem de uma lesão no ombro que o tirou do último
campeonato e quase o tirou do esporte pra sempre. Querendo provar pra sua
família, seu filho e especialmente pra ele mesmo que ele ainda pode competir em
alto nível, Alexander consegue entrar pra equipe. Outro bom exemplo é Tommy
Lee. Seu passado é obscuro e não sabemos o que houve com ele, mas ele tem algum
trauma muito grande que é explicado ao longo do filme. Apesar de bons atores e
bons personagens, o filme rola em torno do trio principal: Tommy Lee, Alexander
Grady e o Treinador Couzo.
Tommy Lee, a grande estrela da equipe americana |
Os treinamentos são parte
importante do filme também e os atletas são levados ao extremo por Couzo (o que
é explicado quase ao final do filme). É interessante assistir a diferenças dos
treinamentos quando mostram a equipe americana treinando e a coreana também.
Deixam claro à todo momento que os atletas coreanos são muito duros e
complicados.
A equipe coreana |
Temos várias cenas marcantes no
filme, mas a cena da briga no bar é demais. Impossível não se contagiar com
toda a cena, ainda mais com a música “The Devil Made Me Do It” de Golden
Earring tocando. Muito bom! Por falar nisso, toda a trilha sonora do filme é
boa, como quase toda trilha de filme dessa década.
Tempo fechando no bar |
A última luta do filme é muito
boa e as cenas são muito bonitas (a última sequência então de golpes é coisa de
cinema mesmo). O final ainda guarda uma surpresa: uma cena tocante e
emocionante que fará muito macho aí se emocionar. Eu chorava feito criança
quando assistia esse filme quando era mais novo. Foi o único filme de
pancadaria que vi até hoje que conseguiu me emocionar e até ao meu pai (que
dizia que homem não chora, mas no final do filme disfarçou enxugando as lágrimas com o lenço fingindo que estava assoando o nariz). É muito bonito e a
mensagem do filme também.
Tommy Lee vs Dae Han |
“Operação Kickboxer” teve mais 3
continuações, todos com Phillip Rhee voltando ao papel de Tommy Lee, mas sem o
restante do elenco. Nessas continuações, a magia se perdeu e a franquia caiu na
velha trama da vingança tão característica dos anos 80-90. Tommy chegou até a
enfrentar uma seita racista no último filme, pra vocês terem uma ideia.
Poster do terceiro filme. Só pela capa nota-se que a história não tem mais nada haver com a original |
Mas, voltando ao filme original
de 1989, é um filmaço mesmo e um grande clássico. O grande Chuck Liddell, astro
aposentado do UFC, cita “Operação Kickboxer” como seu filme de ação favorito.
Apesar de gostar e ser um dos meus filmes favoritos dessa década também, o
filme não foi bem nas bilheterias, nem dá pra imaginar como teve tantas
continuações.
Frank Couzo e seu jeitinho calmo |
Então, para quem ainda não
conhece este grande clássico, corram atrás e assistam, pois garanto que não
irão se arrepender, afinal de contas, aqui só há o melhor dos melhores!
Um grande abraço!
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