terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Ultraman Orb: (APENAS) 25 episódios de uma grande saga.

 

Pois é, mais um Ultraman cumpre sua missão na Terra e é hora de falarmos sobre ela. Ultraman Orb foi, sem sombra de dúvidas, um dos grandes tokusatsus que já pude assistir. Como falei num post anterior, que vocês podem ler aqui, Orb mostrou uma densidade de roteiro que é impossível de não se notar.

Orb teve tudo para ser ótimo: como acabo de citar, um roteiro denso e bem contado, personagens carismáticos e um protagonista forte, além de um dos melhores vilões que já vi num tokusatsu. Uma característica que notei com muita intensidade nesta temporada foi a quebra do paradigma Ultraman/Esquadrão de Combate à Alienígenas. Desta vez, a Tsuburaya inovou, trazendo um clima mais próximo ao dos Kamen Riders, com uma boa dose de mistério e folclore. Interessante frisar quem apesar das ótimas inovações, Orb conseguiu manter a essência da família Ultra.


Gai, nosso protagonista, manteve seu ar misterioso e um tanto folgado nas tarefas até o final. Contudo, as várias transformações pelas quais ele passa durante a história foram tornando-o um personagem mais rico e cheio de alternativas. Gai fez o que todo bom herói deve fazer: mesmo que custasse sua vida, ele tudo que estava ao seu alcance para proteger o mundo, a luz, e todos aqueles que o cercavam. De início, senti uma forte influência de Zubat em sua personalidade, mas ele ganhou brilho próprio, muito graças ao ótimo Hideo Ishiguro, bastante natural e seguro no papel.



Agora, para mim, o personagem que roubou a cena em Orb foi Juggus Juggler. Interpretado brilhantemente por Takaya Aoyagi, Juggler foi um vilão clássico: um homem que, no passado, se julgava digno de ter o poder da luz, mas sua sede por poder o tornou incapaz de ser escolhido por ela, enchendo-o de ódio e ressentimento, raiva e sede de vingança. No entanto, Juggler não foi apenas um vilão típico; sua personalidade sagaz e sarcástica o fez ter enfrentamentos memoráveis com Gai, quando ele lhe questionava sobre seus motivos para ser Orb e proteger um mundo decadente, culpa dos seres humanos. 

Para ele, aquilo tudo não passava duma tolice sem sentido. Desde que pudesse derrotar Gai e encher o mundo de escuridão, Juggler já se dava por satisfeito. 
 
 

A SSP (Something Search People) cumpriu o papel de equipe auxiliar de Gai com a mesma qualidade que equipes especializadas anteriores o fizeram. A VTL aparecer praticamente apenas na forma de Ittetisu Shibukawa também foi um grande acerto, já que Naomi, Jetta e Shin tiveram seus momentos do protagonismo e brilho próprio. Sem depender tanto de uma força militar, Orb aproximou-se mais dos humanos e seu vínculo com eles pareceu mais natural, realista.
 
 

Naomi, Jetta e Shin foram fundamentais em momentos distintos, com destaque para ela, diretamente ligada ao passado de Gai e um dos alvos preferidos de Juggler. Os Kaijus, de maneira geral, evoluíram de X para Orb, e os alienígenas mais comuns mantiveram as aparências mais clássicas da franquia.

Acredito que o ponto mais forte de Orb foi conseguir ser inovador sem perder muito da essência da franquia. A Tsuburaya fez algo que a Toei tem se esquecido (não em relação aos Riders, mas aos Sentais): soube explorar sua fórmula de maneira diferente, usar os personagens de maneira inteligente e dosar bem humor, drama, ação e as peculiaridades que cada herói e vilões têm. Se a Toei investe cada vez mais em crianças e numa linha forte d brinquedos, a Tsuburaya, mesmo também com uma linha de produtos e etc, soube compor personagens e história capazes de cativar tanto adultos quanto crianças.

Para finalizar, a tríade Gai, Juggler e Naomi funcionou perfeitamente. A única coisa que lamento em Orb é o fato de possuir apenas 25 episódios, poderia ter o dobro disto. E, também, para mim, Juggler é o vilão desta temporada. Desde Goseiger eu não havia um vilão tão inteligente e ardiloso quanto ele foi.

Já posso me dizer ansioso pelo próximo Ultraman, pois X e Orb foram nada menos do que excelentes!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

3%: A Primeira Série Brasileira do Netflix é Excelente

Agradar a uma grande quantidade de pessoas é uma tarefa árdua e muito complicada. Quando se trata em agradar ao público brasileiro então, parece que a coisa fica ainda mais difícil. Sinceramente, não consigo entender a mentalidade das pessoas. Quando a Netflix anunciou que lançaria a primeira série brasileira no seu serviço de streaming, a reação já começou negativa por parte do público. Eu confesso que fiquei muito empolgado e essa empolgação só aumentou quando li a sinopse da série e triplicou após assistir ao primeiro trailer da série.

Poster da série

Em 25 de novembro de 2016 estreou a primeira temporada contendo 8 episódios com duração média de 46 minutos. Como a curiosidade já me tomava há tempos, fui logo assistir ao primeiro episódio e acabei assistindo aos 4 primeiros episódios numa tacada só, pois a trama me pegou de jeito. Vou tentar escrever pouco para não arruinar nenhuma surpresa ou gerar spoilers desnecessários, pois a grande graça aqui é o suspense em volta dos acontecimentos de cada episódio.

Da esquerda para direita: Fernando, Marco, Joana, Rafael, Michele e Ezequiel.
A série nos mostra um futuro não específico onde o mundo está devastado. A população remanescente vive no Continente, uma espécie de favela gigante, onde não há comida, água, segurança, nada. Quando o indivíduo alcança a idade de 20 anos tem o direito de passar pelo Processo e tentar ir viver em Maralto, um local com alta tecnologia, segurança, alimentos e água a vontade, tudo do bom e do melhor, porém apenas 3% dos candidatos conseguem passar neste duro processo. Toda a trama me lembrou muito os filmes Jogos Vorazes e alguns amigos que assistiram a franquia compararam também com Divergente.

Os candidatos no Continente
Acompanhamos mais uma turma que tenta passar no Processo. As provas são cruéis, duras, mexem com o psicológico dos participantes e muitas vezes são injustas. Somente os mais inteligentes, os mais determinados e os mais preparados vão conseguir alcançar o sonho de uma vida melhor. Cada candidato tem seu próprio motivo para participar do Processo, nem todos estão ali só por uma vida melhor. Uns querem cura para alguma doença, outros querem vingança, outros querem apenas se esconder, uns querem manter a tradição familiar de passar no Processo, enquanto outros estão associados com A Causa (uma espécie de rebelião que é contra o processo injusto e luta por um mundo melhor para todos e não apenas para 3% da população). Até qual limite o ser humano é capaz de chegar e enfrentar por uma vida melhor?

Grupo junto no meio de uma prova
O elenco de 3% é ótimo e os grandes destaques aqui vão para João Miguel, que interpreta Ezequiel, para Rodolfo Valente, que interpreta Rafael Moreira e para Vaneza Oliveira, que interpreta Joana Coelho. Vamos abordá-los um a um, começando por Ezequiel. Ele é o responsável pelo Processo. Ezequiel é frio, calculista e leva todos os candidatos ao extremo. Seu personagem carrega um segredo valioso para a trama.

Ezequiel, líder do Processo
Rafael é o mau caráter da turma. Faz qualquer coisa para passar no Processo, inclusive trapacear. Tamanha determinação será para ter uma vida melhor ou algo mais motiva este personagem? Joana demonstra não estar nem aí para o Processo, mas acaba se revelando uma das competidoras mais fortes dos candidatos. Estes três personagens foram os meus favoritos e os que mais contribuíram para que a trama da série ficasse a cada novo episódio mais intrigante e envolvente.

Joana, uma fortíssima candidata com um passado sofrido
Como falei no princípio deste texto, não consigo entender as pessoas. Claro, cada um é cada um e cada um tem seu gosto. Não dá pra agradar a todos e nem sempre o que é muito bom para uns, será bom para outros e vice-versa.... mas, confesso que não entendi o porquê de tantos sites especializados em entretenimento terem achado a série fraca ou previsível. Eu, ao menos, não vi nada disso. Vi uma série forte, intrigante, envolvente e que te prende do começo ao último episódio e que ainda te deixa pensando nos desdobramentos que serão mostrados na segunda temporada. O mal do brasileiro é sempre esse: idolatra qualquer coisa feita lá fora e não reconhece méritos nas coisas feitas aqui no Brasil, ainda mais quando temos coragem de fugir da comédia tradicional ou do dramalhão que sempre vemos sendo triplicados por aí anualmente.

Rafael, mau caráter ou apenas buscando algo maior?
3% foi inspirada num episódio piloto lançado em 2009 no YouTube, foi oficializada como a primeira série brasileira do Netflix em março de 2016, foi ao ar em 25 de novembro de 2016 e em 4 de dezembro de 2016 veio a confirmação da segunda temporada, ainda sem previsão de estreia. 

Mais uma bela foto dos principais candidatos
Se vocês ainda não assistiram esta ótima série, vão agora mesmo no site da Netflix e assistam. Tirem suas conclusões e prestigiem a primeira série brasileira do Netflix. Vamos ver se vocês ficarão orgulhosos de tudo feito, assim como eu fiquei, e mandarão todos os envolvidos para o Maralto do mundo pop/nerd, ou se vocês não irão curtir e mandarão os envolvidos continuarem sofrendo no Continente. E lembrem-se sempre do que Ezequiel repete a todo momento: "Você é o criador do seu próprio mérito", e 3% mandou bonito no mérito de ser uma ótima série.


Um grande abraço.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Ryukendo - As sensacionais crônicas mágicas!

Os Guerreiros Madan

Nesse ano de 2016, se completam 10 anos da estreia na TV Japonesa desse que um dos melhores tokusatsus dentre os Henshin Hero. Madan Senki Ryukendo (traduzido como "as crônicas mágicas de Ryukendo") é a primeira série tokusatsu produzida pela Takara Tomy, que posteriormente produziria Tomica Hero: Rescue Force e Tomica Hero: Rescue Fire E foi exibida em 2006 na TV Aichi no Japão, contando com 52 episódios e alcançando um grande sucesso em seu país de origem, motivo que levou a série a ser exportada pra outros países, repetindo o êxito. E dentre esses países, também está o Brasil.

As múltiplas formas de Ryukendo
A série foi a ultima dentre as séries japonesas inéditas exibida na TV aberta brasileira, alcançando uma boa audiência no canal Rede TV, onde foi reexibida algumas vezes entre 2009 e 2011. A série é bastante especial pra mim, e acredito que também foi importante pra muitos que não chegaram a acompanhar outros momentos do tokusatsu na TV aberta brasileira, tal como a gloriosa "era manchete" e momentos anteriores. A série ajudou a apresentar esse mundo de heróis japoneses a uma leva de novos fãs. Apesar disso, Ryukendo parece ter sumido de cena, e quase não vejo mais a série sendo comentada mesmo entre os fãs mais assíduos de tokusatsu. Ao que parece, as aventuras de Ryukendo, como a maioria das séries fora do eixo das séries produzidas pela  Toei Company, não tem a relevância e atenção que merece, sendo relegada a ficar um pouco de lado em relação aos Sentais, Kamen Riders e Metal Hero, por exemplo


Pôster de Madan Senki Ryukendo

De toda forma, como grande fã da série e do Tokusatsu em si, resolvi reapresentar um pouco do mundo fantástico dessas crônicas místicas, carregadas de bom humor, ação e personagens carismáticos.

O Guerreiro Místico Ryukendo

 A história da série se passa na cidade de Akebono (Akebono-cho, no original) uma cidade pequena e habitada por pessoas receptivas e calorosas, que acaba sendo alvo do ataque constante de monstros devido ao "ponto de poder" localizado em seu território. Esse tal "ponto de poder" facilita o uso de magia na Cidade, fazendo com que os monstros da Organização Yamanga (ou Jamanga, no original) usem esses poderes em seu proveito, assombrando os cidadãos da cidade para obterem "energia negativa" vinda dos sentimentos ruins dos habitantes, como o medo e a tristeza. Essa energia acumulada é convertida em poder, para que os vilões possam ressuscitar o líder da organização, um monstro poderosíssimo conhecido como o Rei Demônio Fantasma Verde, que necessita dessa energia para  obter de volta sua poderosa forma. Para combater essas criaturas, existe uma organização secreta chamada S.H.O.T (Shoot Hell Obduracy Troopers) vinculada ao governo japonês, que tem como objetivo combater os monstros e trazer de volta a paz em Akebono. Para isso, eles se utilizam do poder mágico manipulado pelos guerreiros Madan, poderosos guerreiros místicos que selaram o Fantasma Verde no passado e que agora são escolhidos novos desses guerreiros para enfrentar as ameaças de Yamanga.

Kenji Narukami se preparando pra se transformar

Kenji Narukami, o protagonista, é um jovem  que se muda para Akebono onde passa a integrar a policia da cidade. Ele é escolhido pela espada mágica Gekiryuken para se tornar Ryukendo, um guerreiro místico que combate os monstros com magia e poderes diversos liberados pelas chaves Madan, itens mágicos que "destravam" poderes para serem utilizados pelos guerreiros Madan. Kenji é um protagonista muitas vezes atrapalhado, mas dotado de uma força  de vontade  e coragem ímpares, que o tornam um guerreiro bastante valoroso. Além é claro de um grande coração, que faz com que ele esteja disposto a correr todo tipo de risco pra salvar Akebono-cho e seus habitantes. Para lutar, além da espada mágica falante Gekiryuken, ele pode utilizar as chaves Madan para invocar outras formas alternativas, que lhe dão nova aparência em sua armadura e poderes diversos baseados nos elementos Fogo, Àgua, Gelo, Trovão, etc. Kenji também pode invocar com as chaves  os chamados "Espirítos Juuou" Mechas em forma de animais, que implementam seus poderes e podem auxilia-lo na forma de veículos também.

O detetive "Dom" Fudou

Além de Narukami, existem outros dois guerreiros Madan, que também utilizam os poderes das chaves. Sendo eles: Juushirou Fudou, o RyuGan'o, segundo guerreiro Madan e primeiro deles a lutar pela S.H.O.T. Fudou é um detetive de Akebono, escolhido pela arma Goryugun (que tem as mesmas propriedades mágicas da Gekiryuken) e também se transforma num guerreiro Madan, Diferente de Ryukendo, seu foco são em armas de fogo e não espadas, tornando-o um exímio atirador. Fudou é um policial dedicado e responsável, motivo que o leva a aparentar ser mais velho do que realmente é. Kenji costuma se referir a ele como "Ossan" (Velho) coisa que ele odeia. Isso inclusive gerou uma certa confusão na dublagem brasileira, já que na dublagem em espanhol (de onde veio a fonte do áudio brasileiro) Kenji se refere a Fudou como "Dom" que também é uma maneira de se chamar de velho. Por esse motivo, inúmeras vezes durante a série, na dublagem nacional, ele é referido por Kenji e outros personagens como "Dom Fudou".

O atirador Ryugan'o

Por ultimo, existe o terceiro Guerreiro: Koichi Shiranami, o Ryuyin'o! que tem sua primeira aparição muitos episódios depois do inicio da série. Koichi surge como um guerreiro misterioso, que mesmo sendo inimigo da S.H.O.T, também combate os monstros de Yamanga. Tem uma personalidade fria e arrogante, motivo que o leva a ter atritos com os outros protagonistas da trama. Assim como Kenji e Fudou, ele possui uma arma mágica falante, o divertido Zanryuyin,  que pode ter a forma de uma espécie de bastão com lâminas nas pontas e mudar pra forma de um arco. Ryuyin'o tem como principal habilidade sua incrível velocidade, que incrementada com sua dinâmica arma, gera furiosos e quase indefensáveis golpes. Andarilho, esse anti-herói se estabelece em Akebono e deseja reunir chaves Madan para se tornar mais forte e realizar uma antiga vingança.
O Sombrio Koichi Shiranami

O time de vilões também é carismático e bem diversificado. Monstros cruéis de planos criativos e ardilosos, mas ao mesmo tempo cheios de personalidade, o que os torna bem atraentes ao público. Além dos servos (no original chamados de "Tsukaima"), monstros mais fracos que aparecem pra atrasar a vida dos heróis e que são bem engraçados e desengonçados, existem também os monstros mais fortes: os generais da Yamanga. São eles: o Dr. Worm, um inseto humanoide, que usa os poderes das chaves Madan para criar monstros e reunir energia negativa. É conhecido por invocar hordas dos soldadinhos Tsukaima e por usar magias recitando o mantra "Belekê! Belekê!". O gigante de pedra Rock Crimson, melhor amigo do Dr. Worm,  que tem como principal arma sua força bruta e o canhão que usa em seu ombro. Também tem a habilidade de se regenerar, e se transforma em uma bola de pedra que ataca todos em seu caminho, caso seja provocado e chamado de "idiota". nota-se que não é um vilão muito inteligente. Yackmoon (Jackmoon, no original) é um monstro espadachim, com inúmeros poderes. Diferente dos outros generais, Yackmoon tem seu próprio código de honra, e luta sempre sobre essas regras. Despreza golpes sujos e covardes, e valoriza apenas os lutadores mais fortes. Tem Ryukendo como seu principal rival.

O guerreiro veloz Ryuyin' o


A Yamanga conta ainda com a bela e ardilosa Lady Gold, uma vilã especializada em poderes de manipulação.  Ela  se utiliza de ilusões, hipnose e pesadelos para controlar os sentimentos humanos, podendo inclusive assumir a forma de uma bela mulher. Ela ainda possui três guarda costas femininas, Ganymede, Europa e Phobos, servas Tsukaima um pouco mais fortes que os outros servos comuns, que lutam ao seu lado. O ultimo general da Yamanga é o cruel Conde Bloody, um ciborgue sádico que usa tecnologia e magia para criar robôs para destruir os heróis. foi responsável por uma tragédia grande na vida de Ryuyin'o, motivo que o torna seu inimigo mortal. Por fim, o Rei Demônio Fantasma Verde, um poderoso e quase invencível monstro. Derrotado pelos antigos guerreiros Madan, ficou preso na forma de casulo, necessitando de uma grande quantidade de energia negativa pra voltar a sua forma original.

Generais da Yamanga respectivamente: Lady Gold e Yackmoon (acima)
e Rock Crimson e Conde Bloody (abaixo)

Além do núcleo de heróis e vilões, a série conta ainda com um grande time de personagens secundários, todos muito carismáticos e diferentes.  Algo que eu diria que é até inovador frente aos Tokusatsus convencionais, é o fato desses personagens  terem um espaço especial nas tramas dos episódios, e interagir de maneira bem equilibrada com os protagonistas, ganhando uma boa visibilidade e importância. Como o núcleo é bem grande, vou citar apenas os coadjuvantes mais notórios. Integrando a equipe da S.H.O.T,  temos além dos guerreiros Madan, a equipe de apoio que conta com o comandante Amachi, chefe da organização que comanda as missões dos heróis. Kiichi Setoyama, um técnico responsável por analisar as chaves Madan e no desenvolvimento de novos apetrechos pros combates e missões.

Ryukendo em sua forma Raio e Yackmoon


Lin Sakyou, secretaria e operadora da S.H.O.T, que tem uma relação com Kenji recheada de brigas. uma garota de personalidade forte, que demonstra ser apaixonada por Kenji, mas é confusa em seus sentimentos, o que a impede de se declarar. Professor Mikuriya, é um cientista ligado ao ministério da defesa Japonês, que aparece em momentos de emergência para auxiliar Kiichi e a S.H.O.T. Kaori Nose, uma florista da cidade, do qual Kenji demonstra interesse amoroso desde o inicio da série. Apesar disso, a sensível florista acaba tendo uma relação mais intima com Shiranami, sendo uma das poucas pessoas a conquistar seu carinho, apesar da personalidade fria e solitária do guerreiro.


A agente da S.H.O.T,  Lin Sakyou

Ichiko e Ritsuko, duas atrapalhadas policiais, que protagonizam alguns dos momentos mais engraçados na série, e que são uma das poucas personagens secundárias a encarar os monstros mais fortes. Se utilizam de armamentos pesados com rifles e bazucas. Melhores amigas, formam uma dupla inseparável na história, admiradas por seu amor a profissão e pontaria perfeita. Por fim, Komachi Kurihara, uma fantasma que aparece  na delegacia da policia de Akebono. Ela era uma bela e jovem policial que morreu em serviço, passando a aparecer na delegacia de Akebono, para encorajar e orientar Kenji, que é o único que pode vê-la.

A florista Kaori Nose
Outros personagens memoráveis que merecem ser citados são Gekiryuken, Goryugun e ZanRyuyin, os itens mágicos falantes e parceiros dos heróis, que se convertem em outras formas e também protagonizam momentos divertidos em sua relação com seus parceiros. Destaque também para Umi Saionji, a noiva prometida de Kenji e sua treinadora de espada que volta e meia aparece em Akebono para e orientar Kenji, e supervisionar seu treinamento. Ela bem como Komachi, incentiva Rin a se aproximar de Ryukendo, para que ela aceite seus sentimentos pelo herói.

As policiais Ritsuko e Ichiko

Ryukendo é uma série que se destaca pelos episódios bem escritos, e uma trama rica em detalhes,. Detalhes esses que incrementam muito bem a história e boa dose de aventura. Diferente de muitas séries similares, aquela impressão de episódios "perdidos" que estão ali pra "encher linguiça" não existe. todas as fases da série são bem encaixadas, tendo um começo, meio e fim bem coeso. Apesar de momentos mais dramáticos, o humor é o ponto chave aqui. Não se trata de um humor forçado ou até "pastelão", mas um humor simples, de situações rotineiras que te pega de surpresa e te faz rir naturalmente. É o tipo de humor leve, que atrai o público e equilibra os momentos de maior tensão. Da pra sentir uma boa dose de paródia, desde paródia aos tokusatsus em geral e até aos próprios personagens, o que faz a série ser ainda mais divertida de assistir. Até mesmo alguns monstros são criados para serem escrachados ao extremo! mas sem parecerem tão ridículos, podendo criar monstros ameaçadores mas que ao mesmo tempo participam de momentos cômicos. Existe uma quebra de padrões, que faz o humor vir de onde menos se espera, o que também é um ponto forte. Pra quem gosta de séries que usam elementos conhecidos e nostálgicos de  tokus mais antigos, também vai se identificar com a história, podendo pescar algumas referências aqui e ali.

O esquisitíssimo general da Yamanga, Dr. Worm

As situações engraçadas desenvolvem cada vez mais carisma nos personagens, em especial dos habitantes da simpática cidade de Akebono, que é  onde toda a trama se passa. É possível conhecer os habitantes da cidade, e alguns deles acabam se tornando parte do plano de fundo de uma maneira, que até mesmo quem assiste sente vontade de proteger o lugar! O sucesso da série ainda garantiu alguns episódios especiais como um que é protagonizado por Fudou, contando sua origem e outro bem humorado com uma competição de tabuleiro protagonizada pelos vilões da Yamanga. No geral, é uma série que tem tudo pra agradar os fãs de Tokusatsus. Mesmo os que gostam de uma série mais séria, que podem se simpatizar com as aventuras dos guerreiros Madan, que também tem muitos momentos emocionantes e dramáticos.

Os servos  da Yamanga, os Tsukaima!

Como ja foi dito, a série tem muito foco no humor e até na auto paródia, o que faz que quem gosta de séries mais dramáticas e melancólicas possa não simpatizar de primeira. Pode-se sentir uma leve influencia de outros Tokus conhecidos, pelo fato dos heróis usarem uma variedade de chaves que lhes dão formas e ataques diferentes, de maneira que é possível ver similaridades com séries como Kamen Rider Ryuki (que no caso, ao invés de usar chaves, usa cartas). Elementos que apesar de enriquecer a história, não tiram o espaço da originalidade da saga. Outro ponto bacana é a trilha sonora, que gruda fácil na cabeça, com temas musicais bem legais, e com cantores conhecidos no meio J-pop. Os atores também interpretam muito bem seus papeis, e mesmo a Dublagem brasileira, apesar de um ou outro deslize, é muito bem feita e pode-se acompanhar as histórias com o áudio em português sem problema.

As poderosas chaves Madan


De tudo, concluo que é um dos melhores Tokus que já assisti, principalmente pelo fato de ser bem despretensioso, com uma história leve e engraçada, mas que também tem picos de drama, ação e principalmente um enredo bem escrito e coeso. Tipo de história que apesar de não ter tanta seriedade e dramas complexos, não é maçante, e pode-se assistir rapidamente os episódios sem se notar. O final da série em especial, foi um momento crucial pra mim pois foi possível se criar um vinculo e um carinho tão especial pelos personagens e com a história que é impossível não encher os olhos de lágrimas, dado o rumo que a história toma, e como se encerra de maneira tão ideal.

Uma das formas dos guerreiros Madan!


Assistiu? Gostou? deixe seu comentário. Ainda não assistiu? então, dê uma chance pra mágica dos guerreiros Madan envolver você também!

Os três Heróis!




terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Ex-Aid é o melhor rider após Gaim, ao menos, por enquanto.


Pois é. Apesar de toda a controvérsia sobre o visual de nosso novo Kamen Rider, Ex-Aid tem, como dito no título, sido o melhor rider após Gaim. Drive, em minha opinião, teve vários erros de percurso e não sabia exatamente para onde ir. Já Ghost, eu gostei bastante. A história foi bem original, personagens e inimigos tinham bom carisma, mas Ex-Aid parece ter um algo a mais.



A temática game é bastante ampla, já que são inúmeros os gêneros disponíveis e, portanto, não faltam inspirações tanto para personagens quanto para visuais. Vou confessar que, de início, achei o visual de Ex-Aid bizarro, mas fui me apegando à ele no decorrer dos episódios. Agora, já acho a estética interessante e fico no aguardo dos novos Gashats para saber que surpresas estéticas nos aguardam.

Ex-Aid tem muitas referências à riders anteriores como Ryuki (a disputa interna dos riders), Den-O (mais por parte das trapalhadas de Emu), Kuuga (na frase dita por Emu ao se transformar para o Level 2), e um leve toque de Gaim, com a empresa Genm e Dan Kuroto como o inventor dos Gashats e Gamer Drivers.

Aliás, as duas versões do Ex-Aid também tornam a série interessante; de maneira bem sutil, é um modo de mostrar o bem e o mal que se podem conter em qualquer pessoa, ainda mais numa regida por algum ideal. Devo ter esquecido outros detalhes, mas a verdade é que Ex-Aid vem me surpreendendo; uma história cheia de conflitos entre os personagens, um desenvolvimento bem estável e que parece seguir uma boa lógica; visualmente, ainda há exageros, mas eles casam bem com a história apresentada na telinha. Ex-Aid, se tudo se mantiver neste passo, deverá terminar sendo o melhor rider após Kamen Rider Gaim.

É o que eu, sinceramente, espero e acredito.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Ultraman Orb - Tsuburaya-san dando show na Toei (de novo!)

 

Pois é, como dito no título, a Tsuburaya está dando mais um show na Toei de como se fazer um ótimo tokusatsu. Se Ultraman X já foi ótimo (apesar do final), Orb está conseguindo ser ainda melhor. Com uma proposta que foge um pouco do padrão da Família Ultra, com uma equipe especializada em combater monstros intergaláticos e que se cruza com o Ultraman em algum momento, ora desconfiando dele, ora ajudando-o, ou mesmo um dos membros da equipe sendo o próprio Guerreiro da Luz.

Orb segue uma tendência um pouco mais voltada para os Kamen Riders, sem tanta intrusão de uma equipe especial, embora exista a VTL (Versatile Tacticle Leader). Orb se destaca pelo herói se juntar à pessoas comuns no decorrer da trama, enquanto enfrenta os monstros e procura manter a Terra livre de ameaças. Os personagens não fogem da linha tokusatsu (sempre um engraçado, outro super inteligente, nerd, alguém mais sensível e um personagem mais velho que tenta cuidar dos demais, até mesmo do protagonista, dependendo da situação).

Kurenai Gai.


Ken Kayakawa.

Nosso protagonista, Gai Kurenai, interpretado pelo ótimo Hideo Ishiguro (que interpretou o vilão Kai em Kamen Rider Den-o), tem todo um charme diferente. Não posso afirmar que tenha sido proposital, mas tudo me leva a crer que ele foi baseado em um personagem icônico, Ken Hayakawa, de Kaiketsu Zubat, um dos tokusatsus mais cultuados pelos fãs ao redor do mundo. Em várias ocasiões, ele aparece de chapéu cobrindo o rosto e uma jaqueta de couro, além de tocar violão em alguns episódios. Sua especialidade é sua companheira gaita, e ele sempre toca uma música enigmática e nostálgica. Sempre tranquilo e na sua, é um tanto folgado nas tarefas domésticas, mas é bem nítido que ele se importa com aqueles que o acolheram. Discreto nas atitudes, traz um tom de serenidade e seriedade ao Orb. Isto não significa que ele não tenha momentos de humor, mas são mais raros.

Natasha Romanová.

A história de Orb também é bastante interessante: muitos anos no passado, Gai foi escolhido pela luz para se tornar Orb, mas, durante um combate duro, ele perdeu o controle de seus poderes e isto lhe custou a perda deles, sobrando apenas a opção de coletar cartas dos Ultramen mais antigos e fundindo duas a cada transformação para poder lutar. Gai se culpa por isto ter custado a vida de uma jovem a quem se apegou bastante, Natasha Romanová. Tudo isto ocorreu cerca de 108 anos no passado, numa cidade chamada de Rusalka. Desde então, Gai vaga pelo mundo com sua culpa pelo ocorrido até se deparar com sua nova missão: derrotar os Reis Demoníacos controlados por Jugglus Juggler.




Jugglus Juggler em sua forma humana.

Falando nele, Juggler é um excelente vilão. Em sua forma humana, sempre usa um tom enigmático e sombrio em sua fala, quase profetizando que a Terra será engolida pela escuridão, e é o que ele deseja ardentemente. Juggler é um dos vilões mais inteligentes que já pude ver, pois ele consegue envolver os outros personagens em suas intrigas e deixar vários "pontos de interrogação" em suas mentes. Gai e ele dividem um passado semelhante: ambos lutavam pelo bem, mas a luz escolheu Gai para ser Orb, e Juggler se recente disto até os dias atuais. Ele nunca esconde seu rancor por Orb e seu desejo de destruí-lo e mergulhar a Terra em profunda escuridão. Até se alia à outros vilões para invadir a Terra, mas acaba por ficar por conta própria após traí-los. 

Jetta, Naomi e Shin, a SSP.
Ittetsu Shibukawa, o corajoso membro da VTL.
 Outros personagens interessantes compõem as aventuras de Orb, os membros da SSP (Something Search People), liderada pela linda Naomi Yumeno, e apoiada por seu tio Ittetsu Shibukawa (o único membro da VTL a aparecer em cena. No demais, só aviões ou pessoal de apoio aparecem.). A SSP procura por fenômenos ao redor do Japão e do mundo para postar em seu blog, mas ele é apenas semi-profissional, então Naomi constantemente procura empregos temporários para manter as contas em dia. 

Embora doce, Naomi é muito determinada e segura de si; ela não tem medo de enfrentar situações perigosas para conseguir descobrir o que acontece pela cidade, além de ser bastante alegre e simpática. Jetta é o responsável pela filmagem dos fenômenos que a SSP investiga e Shin é o responsável pela parte operacional, sempre criando invenções para ajudar nas investigações. São personagens de suporte, mas têm bons momentos. Gai e Naomi desenvolvem uma ligação. Ela não sabe, mas ela tem uma conexão com o passado de Gai. Na verdade, a SSP funciona como equipe de apoio ao Ultraman, substituindo as tradicionais equipes de ataque, de maneira bem peculiar.

Ultraman Orb tem muitos pontos positivos, a começar pelas inovações no roteiro: a retirada quase que integral de uma equipe especializada em combater ameaças alienígenas trouxe todo um tom diferente para a série, podendo-se traçar um paralelo com os Kamen Riders, guardadas as devidas proporções. A ideia de Gai só poder se transformar com a ajuda de dois Ultramen anteriores é interessante, pois rememora heróis históricos da franquia, como Tiga e Belial. 

Outro ponto forte de Orb é seu roteiro: embora a série seja curta, o que é apresentado na tela é muito consistente e equilibrado. A história tem um bom toque de mistério e se desenrola com muita qualidade. A escolha do roteiro foi muito acertada e os atores se sentem à vontade em seus papéis. A qualidade dos Kaijus é bem melhor que a de seu antecessor (Ultraman X), as lutas entre os gigantes são deslumbrantes. A Tsuburaya dá show no quesito realismo nas lutas: a terra se espalhando quando Orb ou um inimigo cai, a qualidade das explosões e efeitos especiais, as interações entre Orb e os humanos da cidade, tudo soa muito natural e bem trabalhado. Vê-se muito bem que Orb foi bem pensado e que segue uma linha linear de construção, com boas surpresas e descobertas. A rivalidade entre Gai e Juggler é excelente e cheia de frases de efeito e confrontos. 

Se tudo continuar decorrendo como está, Ultraman Orb tem tudo para ser o melhor tokusatsu da temporada. Tsuburaya-san dando mais um show na Toei em como construir um tokusatsu que possa agradar crianças, adolescentes e adultos.