Pois é, mais um Ultraman cumpre sua missão na Terra e é hora de falarmos sobre ela. Ultraman Orb foi, sem sombra de dúvidas, um dos grandes tokusatsus que já pude assistir. Como falei num post anterior, que vocês podem ler aqui, Orb mostrou uma densidade de roteiro que é impossível de não se notar.
Orb teve tudo para ser ótimo: como acabo de citar, um roteiro denso e bem contado, personagens carismáticos e um protagonista forte, além de um dos melhores vilões que já vi num tokusatsu. Uma característica que notei com muita intensidade nesta temporada foi a quebra do paradigma Ultraman/Esquadrão de Combate à Alienígenas. Desta vez, a Tsuburaya inovou, trazendo um clima mais próximo ao dos Kamen Riders, com uma boa dose de mistério e folclore. Interessante frisar quem apesar das ótimas inovações, Orb conseguiu manter a essência da família Ultra.
Gai, nosso protagonista, manteve seu ar misterioso e um tanto folgado nas tarefas até o final. Contudo, as várias transformações pelas quais ele passa durante a história foram tornando-o um personagem mais rico e cheio de alternativas. Gai fez o que todo bom herói deve fazer: mesmo que custasse sua vida, ele tudo que estava ao seu alcance para proteger o mundo, a luz, e todos aqueles que o cercavam. De início, senti uma forte influência de Zubat em sua personalidade, mas ele ganhou brilho próprio, muito graças ao ótimo Hideo Ishiguro, bastante natural e seguro no papel.
Agora, para mim, o personagem que roubou a cena em Orb foi Juggus Juggler. Interpretado brilhantemente por Takaya Aoyagi, Juggler foi um vilão clássico: um homem que, no passado, se julgava digno de ter o poder da luz, mas sua sede por poder o tornou incapaz de ser escolhido por ela, enchendo-o de ódio e ressentimento, raiva e sede de vingança. No entanto, Juggler não foi apenas um vilão típico; sua personalidade sagaz e sarcástica o fez ter enfrentamentos memoráveis com Gai, quando ele lhe questionava sobre seus motivos para ser Orb e proteger um mundo decadente, culpa dos seres humanos.
Para ele, aquilo tudo não passava duma tolice sem sentido. Desde que pudesse derrotar Gai e encher o mundo de escuridão, Juggler já se dava por satisfeito.
A SSP (Something Search People) cumpriu o papel de equipe auxiliar de Gai com a mesma qualidade que equipes especializadas anteriores o fizeram. A VTL aparecer praticamente apenas na forma de Ittetisu Shibukawa também foi um grande acerto, já que Naomi, Jetta e Shin tiveram seus momentos do protagonismo e brilho próprio. Sem depender tanto de uma força militar, Orb aproximou-se mais dos humanos e seu vínculo com eles pareceu mais natural, realista.
Naomi, Jetta e Shin foram fundamentais em momentos distintos, com destaque para ela, diretamente ligada ao passado de Gai e um dos alvos preferidos de Juggler. Os Kaijus, de maneira geral, evoluíram de X para Orb, e os alienígenas mais comuns mantiveram as aparências mais clássicas da franquia.
Acredito que o ponto mais forte de Orb foi conseguir ser inovador sem perder muito da essência da franquia. A Tsuburaya fez algo que a Toei tem se esquecido (não em relação aos Riders, mas aos Sentais): soube explorar sua fórmula de maneira diferente, usar os personagens de maneira inteligente e dosar bem humor, drama, ação e as peculiaridades que cada herói e vilões têm. Se a Toei investe cada vez mais em crianças e numa linha forte d brinquedos, a Tsuburaya, mesmo também com uma linha de produtos e etc, soube compor personagens e história capazes de cativar tanto adultos quanto crianças.
Para finalizar, a tríade Gai, Juggler e Naomi funcionou perfeitamente. A única coisa que lamento em Orb é o fato de possuir apenas 25 episódios, poderia ter o dobro disto. E, também, para mim, Juggler é o vilão desta temporada. Desde Goseiger eu não havia um vilão tão inteligente e ardiloso quanto ele foi.
Já posso me dizer ansioso pelo próximo Ultraman, pois X e Orb foram nada menos do que excelentes!
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