E mais um Kamen Rider chega ao seu final. Desta vez, Kamen Rider Ghost. Vamos falar um pouco sobre ele.
Kamen Rider Ghost narra a história de Tenkuuji Takeru, um jovem de 18 que é assassinado por um Ganma no dia de seu 18º aniversário e recebe "de presente" o Ghost Driver, para poder reunir os 15 Eyecons Heróicos para poder reviver. Ele tem apenas 99 dias para isto, e não serão 99 dias fáceis.
Nosso 16º Heisei trouxe uma proposta diferente dos demais: um herói que começa sua saga sendo assassinado. Tenho que dizer: após o final de Drive, que teve vários tropeços, eu estava temeroso sobre Kamen Rider Ghost, afinal ainda vinha todo o peso da trama de Gaim sobre meus ombros e o quanto eu gostei daquela temporada.
No entanto, Ghost me conquistou já de cara. A ideia de juntar 15 nomes históricos para lutar, apesar de alguns eu considerar um tanto quanto duvidosos, foi uma boa sacada de roteiro. Além disso, eles foram usados bem, principalmente do meio para a frente da temporada. Eu andei lendo alguns comentários sobre Takeru não ser um protagonista muito interessante, mas preciso discordar. Takeru é um jovem comum, como tantos outros que vemos pelas ruas. Eu não entendo a fixação de algumas pessoas em ver um rider já pronto desde o início, mas que herói já nasce pronto? Se assim fosse, não haveria necessidade de toda a transformação (não falo de Henshin) que o personagem passa.
Takeru Tenkuuji é um garoto comum, que passa seus dias meditando e cuidando do Templo herdado de seu pai. O que mais me cativou nele foi justamente sua simplicidade e o quanto ele acredita no poder das pessoas, em sua fé na humanidade. Eu acredito que isto seja o mais importante, para um herói. É muito fácil ter força, mas força, sem caráter, é apenas brutalidade. E Takeru demonstrou ter um caráter ilibado.
Makoto Fumaki, o Specter. Um dos meus riders secundários favoritos. Quando ele apareceu, com aquela rivalidade inicial com Takeru, até pensei que ela perduraria por boa parte da temporada, mas a antiga amizade de ambos prevaleceu, o que foi bom para o Makoto. Voltar a ter sentimentos, preocupar-se com outras pessoas e, ainda assim, manter sua essência autocentrada (às vezes), não desvalorizou-o. Deixou-o mais rico de sentimentos e o fez tomar decisões mais complexas. Para o bem da verdade, a amargura carregada por Makoto era gerada pela angústia em trazer sua irmã Kanon de volta à vida.
Príncipe Aran (Alain ou até Alan), Necrom. Sem dúvidas, a transformação mais profunda dos três riders. De pretenso destruidor da humanidade em nome da utopia do Mundo Ganma, Aran acabou vendo, muito por influência de Kanon e Fumi, que suas convicções estavam distorcidas. De que adianta criar um mundo perfeito se não há ninguém para compartilhar algo de bom?
Sobre os membros do templo, é muito importante destacar a importância de Akari para o desenvolvimento da trama: seus conhecimentos científicos ajudaram muito Takeru e demais a resolver os problemas que surgiam. A própria passou por uma bela transformação: de um total ceticismo para uma pessoa capaz de aliar ciência e espiritualidade. Seus "embates" com Igor eram muito engraçados, também.
Onari, em menor escala, junto de seus aprendizes, também ajudaram como puderam. Coube a ele o papel mais cômico, mas isto não significa que não teve momentos em que suas intervenções não foram fundamentais. O mesmo vale para o "Tio" Edith, que agiu dos dois lados, tanto no mundo dos humanos quanto no mundo dos Ganma. Leve semelhança com o DJ Sagara de Gaim, mas para por aí. Ele proveu armas para Takeru quando necessário e viu de perto o Mundo Ganma se desestabilizar.
Os 15 Eyecons: muitas pessoas podem reclamar do excesso deles, mas eu vejo por um outro prisma; cada um deles teve um momento de importância para a história, seja lutando com Takeru ou instruindo-o na direção certa. Se repararem bem, do meio da temporada até seu final, eles aparecem bastante sem estarem fundidos ao Ghost, todos com vontade própria e participando das lutas. Isto prova que não houve desperdício de recursos. Se um Eyecon era necessário em situação X, ele foi usado.
Em geral, em achei as formas do Ghost bastante bonitas, especialmente a forma final. O mesmo vale para Specter. Não vejo problema algum em um rider ter várias formas, desde que elas tenham bom uso e, principalmente, se o herói tiver grande necessidade de novas habilidades. Questiono o design de alguns armamentos, mas isto é apenas gosto pessoal.
Príncipe Adel: num post anterior (clique aqui!), era um personagem que eu considerava incógnito, capaz de qualquer coisa. Bem, ele tentou tudo o que estava ao seu alcance, e deu trabalho para os nossos riders. Não posso dizer que tenha sido um vilão impossível de ser detido, porque ele foi mais um homem amargurado pelas lembranças do passado. De mais a mais, quando lutou, foi um bom adversário. Comandou os Ganmeisers bem, enquanto teve influência sobre eles. Talvez suas motivações não fossem tão diferentes das de Takeru, apenas os fins. Ambos se ressentiam muito pela falta de suas famílias. Takeru, sempre consciente disso, Adel, apenas no fim. Foi um oponente valoroso.
Ganmeisers: estes, as maiores ameaças. Máquinas sem sentimentos que atacaram Takeru e demais em muitas oportunidades, dando, sempre, muito trabalho. Fundirem-se com Adel o tornou um inimigo complicado, já que sua força superou (por ao menos algum tempo) a dos riders em uma boa quantidade.
Veredicto: o conceito de Ghost foi um dos mais interessantes da atual fase da Era Heisei dos Riders. A história se desenvolveu bem, quem precisou brilhar, teve sua chance. Os inimigos foram bem variados e explorados, mas o mais interessante é frisar que Ghost nem sempre combateu um império maligno, mas as imperfeições da perfeição procurada pelos Ganmas. O fato de ele ter apenas 99 dias para solucionar todos os mistérios que surgiam deu o tom mais dinâmico dos arcos, afinal, ele não podia passar muitos dias para eliminar uma ameaça, precisava ser cirúrgico, preciso. Personagens secundários como o cientista Igor e sua total falta de fé na humanidade, Fumi e sua sabedoria, Kanon e sua relação de proximidade com Makoto, os ajudantes do templo, enfim, cada um ajudou a compor um Kamen Rider que me deu muita alegria em assistir. Javer e seu senso de dever e devoção ao Mundo Ganma. Ghost teve tudo: boas lutas, emoção, personagens carismáticos, inimigos que você se perguntava se eram realmente maus e uma relação bastante profunda com a espiritualidade.
Por fim, declaro que adorei Ghost, e que me emocionei bastante em vários episódios. O episódio 49 foi bastante intenso (na minha opinião) e aguardo o 50 para, finalmente, termos nosso Kamen Rider Ex-Aid em ação. Como diria Takeru: "O potencial da humanidade é infinito", "Minha vida vai queimar brilhante", e, "Eu acredito em mim".
Que venha Kamen Rider Ex-Aid!
Nosso 16º Heisei trouxe uma proposta diferente dos demais: um herói que começa sua saga sendo assassinado. Tenho que dizer: após o final de Drive, que teve vários tropeços, eu estava temeroso sobre Kamen Rider Ghost, afinal ainda vinha todo o peso da trama de Gaim sobre meus ombros e o quanto eu gostei daquela temporada.
No entanto, Ghost me conquistou já de cara. A ideia de juntar 15 nomes históricos para lutar, apesar de alguns eu considerar um tanto quanto duvidosos, foi uma boa sacada de roteiro. Além disso, eles foram usados bem, principalmente do meio para a frente da temporada. Eu andei lendo alguns comentários sobre Takeru não ser um protagonista muito interessante, mas preciso discordar. Takeru é um jovem comum, como tantos outros que vemos pelas ruas. Eu não entendo a fixação de algumas pessoas em ver um rider já pronto desde o início, mas que herói já nasce pronto? Se assim fosse, não haveria necessidade de toda a transformação (não falo de Henshin) que o personagem passa.
Takeru Tenkuuji é um garoto comum, que passa seus dias meditando e cuidando do Templo herdado de seu pai. O que mais me cativou nele foi justamente sua simplicidade e o quanto ele acredita no poder das pessoas, em sua fé na humanidade. Eu acredito que isto seja o mais importante, para um herói. É muito fácil ter força, mas força, sem caráter, é apenas brutalidade. E Takeru demonstrou ter um caráter ilibado.
Makoto Fumaki, o Specter. Um dos meus riders secundários favoritos. Quando ele apareceu, com aquela rivalidade inicial com Takeru, até pensei que ela perduraria por boa parte da temporada, mas a antiga amizade de ambos prevaleceu, o que foi bom para o Makoto. Voltar a ter sentimentos, preocupar-se com outras pessoas e, ainda assim, manter sua essência autocentrada (às vezes), não desvalorizou-o. Deixou-o mais rico de sentimentos e o fez tomar decisões mais complexas. Para o bem da verdade, a amargura carregada por Makoto era gerada pela angústia em trazer sua irmã Kanon de volta à vida.
Príncipe Aran (Alain ou até Alan), Necrom. Sem dúvidas, a transformação mais profunda dos três riders. De pretenso destruidor da humanidade em nome da utopia do Mundo Ganma, Aran acabou vendo, muito por influência de Kanon e Fumi, que suas convicções estavam distorcidas. De que adianta criar um mundo perfeito se não há ninguém para compartilhar algo de bom?
Sobre os membros do templo, é muito importante destacar a importância de Akari para o desenvolvimento da trama: seus conhecimentos científicos ajudaram muito Takeru e demais a resolver os problemas que surgiam. A própria passou por uma bela transformação: de um total ceticismo para uma pessoa capaz de aliar ciência e espiritualidade. Seus "embates" com Igor eram muito engraçados, também.
Onari, em menor escala, junto de seus aprendizes, também ajudaram como puderam. Coube a ele o papel mais cômico, mas isto não significa que não teve momentos em que suas intervenções não foram fundamentais. O mesmo vale para o "Tio" Edith, que agiu dos dois lados, tanto no mundo dos humanos quanto no mundo dos Ganma. Leve semelhança com o DJ Sagara de Gaim, mas para por aí. Ele proveu armas para Takeru quando necessário e viu de perto o Mundo Ganma se desestabilizar.
Os 15 Eyecons: muitas pessoas podem reclamar do excesso deles, mas eu vejo por um outro prisma; cada um deles teve um momento de importância para a história, seja lutando com Takeru ou instruindo-o na direção certa. Se repararem bem, do meio da temporada até seu final, eles aparecem bastante sem estarem fundidos ao Ghost, todos com vontade própria e participando das lutas. Isto prova que não houve desperdício de recursos. Se um Eyecon era necessário em situação X, ele foi usado.
Em geral, em achei as formas do Ghost bastante bonitas, especialmente a forma final. O mesmo vale para Specter. Não vejo problema algum em um rider ter várias formas, desde que elas tenham bom uso e, principalmente, se o herói tiver grande necessidade de novas habilidades. Questiono o design de alguns armamentos, mas isto é apenas gosto pessoal.
Príncipe Adel: num post anterior (clique aqui!), era um personagem que eu considerava incógnito, capaz de qualquer coisa. Bem, ele tentou tudo o que estava ao seu alcance, e deu trabalho para os nossos riders. Não posso dizer que tenha sido um vilão impossível de ser detido, porque ele foi mais um homem amargurado pelas lembranças do passado. De mais a mais, quando lutou, foi um bom adversário. Comandou os Ganmeisers bem, enquanto teve influência sobre eles. Talvez suas motivações não fossem tão diferentes das de Takeru, apenas os fins. Ambos se ressentiam muito pela falta de suas famílias. Takeru, sempre consciente disso, Adel, apenas no fim. Foi um oponente valoroso.
Ganmeisers: estes, as maiores ameaças. Máquinas sem sentimentos que atacaram Takeru e demais em muitas oportunidades, dando, sempre, muito trabalho. Fundirem-se com Adel o tornou um inimigo complicado, já que sua força superou (por ao menos algum tempo) a dos riders em uma boa quantidade.
Veredicto: o conceito de Ghost foi um dos mais interessantes da atual fase da Era Heisei dos Riders. A história se desenvolveu bem, quem precisou brilhar, teve sua chance. Os inimigos foram bem variados e explorados, mas o mais interessante é frisar que Ghost nem sempre combateu um império maligno, mas as imperfeições da perfeição procurada pelos Ganmas. O fato de ele ter apenas 99 dias para solucionar todos os mistérios que surgiam deu o tom mais dinâmico dos arcos, afinal, ele não podia passar muitos dias para eliminar uma ameaça, precisava ser cirúrgico, preciso. Personagens secundários como o cientista Igor e sua total falta de fé na humanidade, Fumi e sua sabedoria, Kanon e sua relação de proximidade com Makoto, os ajudantes do templo, enfim, cada um ajudou a compor um Kamen Rider que me deu muita alegria em assistir. Javer e seu senso de dever e devoção ao Mundo Ganma. Ghost teve tudo: boas lutas, emoção, personagens carismáticos, inimigos que você se perguntava se eram realmente maus e uma relação bastante profunda com a espiritualidade.
Fumi e Aran, em uma das cenas mais bonitas que já vi num tokusatsu. |
Por fim, declaro que adorei Ghost, e que me emocionei bastante em vários episódios. O episódio 49 foi bastante intenso (na minha opinião) e aguardo o 50 para, finalmente, termos nosso Kamen Rider Ex-Aid em ação. Como diria Takeru: "O potencial da humanidade é infinito", "Minha vida vai queimar brilhante", e, "Eu acredito em mim".
Que venha Kamen Rider Ex-Aid!
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