quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Preacher - O Controverso Mundo de Jesse Custer

O elenco no mínimo estranho da HQ
E ai galera!  Hoje resolvi falar de uma excelente série de HQ,s que já terminou a alguns anos, mas que foi anunciado que terá uma adaptação como série de TV, que será exibida pelo canal AMC nos Estados Unidos a partir de 2016.  e eu não poderia deixar de falar um pouco dessa série fenomenal, porém intensamente controversa que é Preacher. Publicada pelo selo Vertigo da DC Comics, ja conhecido pelos quadrinhos voltados pra leitores adultos, a série chocou por apresentar uma nova maneira de contar suas histórias, com uma linguagem pesada, cheia de criticas sociais e religiosas, humor negro e um enredo inesperado e envolvente. então sem mais delongas, falemos desse mundo deveras violento e caótico que é o mundo de Preacher. 

da esquerda pra direita, Jesse  e Cassidy 
Preacher foi criado pelo roteirista Garth Ennis e teve seus traços feitos por Steve Dillon, além de belíssimas artes de capa feitas por Gleen Fabry. A série teve 66 volumes e 5 especiais, além de uma série limitada a 4 edições, que começaram a ser publicados em 1995.  Todos publicados também aqui no Brasil. A série narra as aventuras de um trio nada comum de protagonistas, que seria até errado chamar de heróis. Afinal, apesar do fundo moral que eles possuem, Jesse Custer e sua turma passam longe do rótulo de herói tradicional. Falemos primeiramente sobre ele, Jesse é o personagem principal da série e é um Pastor, Reverendo ou Pregador (o nome que você preferir) cristão (do Inglês "Preacher") que teve uma infância conturbada e um dia, acaba sendo possuído por uma entidade misteriosa chamada Gênesis. 

O trio protagonista e o Santo Dos Assassinos ao fundo
Essa criatura, surgida da união profana de um Anjo e uma Demônio, teria poder de encarar de frente até o próprio deus. Apesar de não dominar todos os poderes de Gênesis, Jesse já arruma uma série de problemas com eles, chegando a matar por acidente os maldosos frequentadores de sua Igreja. Em compensação, Ele recebe o poder de obrigar todas as pessoas a obedecerem suas ordens, quase como uma hipnose irresistível. Fugindo de diversas ameaças e confuso, Jesse se vê envolvido numa complexa trama, que envolve a dominação global, céu e inferno e o destino de tudo a seu redor. Em meio a inúmeros combates e encrencas, o pregador agora passa a uma jornada para encontrar deus, que supostamente teria abandonado suas criaturas desde a criação. Jesse quer então interrogar o divino e cobrar-lhe explicações bem como exigir uma postura de cuidado maior frente ao mundo que criou.

Jesse sendo sinistro
Mas é óbvio, Jesse não irá nessa sozinho. Junto com ele, temos ainda o Vampiro boêmio irlândes Cassidy e uma antiga paixão de Jesse, a agora assassina de aluguel Tulipa. Em seu encalço, um Assassino do Século XIX, e um dos personagens mais fortes dos quadrinhos, o temível e de coração gelado Santo dos Assassinos, o Próprio deus e a organização Graal, liderada pelo megalomaníaco Herr Starr, além de todos os tipos de vilões como Serial Killers e outros, todos se opondo a Custer por razões especificas, e que podem causar problemas e mais problemas, e transformar a terra num verdadeiro inferno. 

 Herr Starr 
Preacher é considerada por muitos, ao lado de clássicos como Watchmen de Alan Moore ou Sandman de Neil Gaiman como uma das melhores e mais inteligentes histórias em quadrinhos voltadas pro público adulto. Tabus da sociedade como drogas, violência, conservadorismo, racismo, fanatismo religioso, masoquismo, homossexualidade e criticas diretas ao cristianismo, tornam essa uma série bastante controversa até mesmo pela forma crua com que trata e lida desses temas, sem pudor nenhum, o que pra alguns pode ser ofensivo. Eu particularmente, por ser cristão, não me senti ofendido, pelo contrário, até mesmo entendi as críticas,  direcionadas muitas vezes a hipocrisia religiosa. E é fácil perceber que abrindo mão de interpretar todo esse arcabouço filosófico, temos uma história fantástica, com reviravoltas surpreendentes, ação e situações complexas e bem desenvolvidas. Pode ser uma trama boa pra pensar como também pra se divertir despreocupadamente.

Deus dando uma bela lição em Jesse
Outra critica constante na série é ao perfil dos White Trash, um termo pejorativo comum dado pelos americanos a um estereótipo de caipiras considerados promíscuos e  ignorantes, que é comum de ser visto em filmes americanos, como Rejeitados Pelo Diabo por exemplo. Outra coisa interessante é que Garth Ennis coloca não apenas desafios clássicos dos quadrinhos como o já esperado confronto Mocinhos x Vilões na história, Aqui existem conflitos éticos e morais dos personagens consigo mesmos, suas escolhas, sua relação com seus aliados e inimigos e com a sociedade em si, retratada como uma humanidade quase essencialmente decadente, violenta e preconceituosa. Pra quem gosta de aventura, pode esperar muitos combates, explosões, situações de perigo e tensão e muito humor negro e escrachado que também acompanham e são a cereja do bolo desse mundo cruel que é a realidade de Preacher. Então não espere aquela história densa e pesada toda vez, afinal, o humor aqui é intenso e o nonsense é uma das partes mais divertidas dessa história. 

Santo dos Assassinos enfrenta tudo e todos!
Pra Finalizar, uma análise do Perfil de alguns personagens dessa loucura!

Jesse Custer o Pastor nada convencional
Jesse Custer - O pregador, filho de um veterano de guerra e uma garota ingênua do interior. Jesse passou a infância sofrendo diversos maus tratos de fanáticos religiosos que mataram seus pais, em especial sua vó, uma mulher sádica e religiosa fanática, claramente desequilibrada mentalmente. Obrigado a abraçar a religião como alternativa, se fundiu ao Gênesis e desde então tem seguido numa jornada pelos EUA e pelo mundo, em busca de encontrar deus e questioná-lo por todo o mal do mundo, e pelo suposto abandono dele por suas criaturas. Jesse é um cara durão, bom de briga, que apesar de ter um jeitão meio marrento e não levar desaforo pra casa, além de uma certa arrogância, é um cara que dentro do possível, procura ajudar as pessoas. Do seu jeito, claro. Com o poder de Gênesis, ele pode ordenar a qualquer um que obedeça suas ordens, na distância de um olhar. Jesse costuma ter conversas com um velho ídolo do faroeste, o falecido ator Jhon Wayne (que existiu realmente) dos quais ele assistia os filmes quando criança, mas aparentemente, só existe em sua cabeça. 

O vampiro bon-vivant Cassidy
Cassidy - Um Vampiro Irlândes, que foi pros EUA fugindo da guerra de seu país há várias décadas. Um cara leal, que adora uma boa conversa, bebidas e mulheres. Bem humorado, é considerado um dos personagens mais complexos da série. Como Vampiro, Cassidy é super forte e pode se regenerar, principalmente após ingerir sangue humano. Vulnerável ao Sol, pode queimar e virar cinzas se exposto a ele. Tem uma profunda amizade e consideração por Jesse, e é bastante leal aos amigos. Coisa  que acaba sendo colocada em risco quando o vampiro se apaixona por Tulipa. 

A durona Tulipa
Tulipa (Tulip O,Hare no original)  - Amor de adolescência de Jesse Custer, o qual teve que abandoná-la por situações além de suas forças. Apesar de brigas e alguns desentendimentos, ambos se gostam e Tulipa é uma grande parceira de Jesse. Forte, Determinada e Boca Suja, a Loira é um verdadeiro estouro, e assim como seu namorado, é boa de briga e excelente atiradora, botando pra quebrar na maioria das histórias. Por situações turbulentas de sua vida, decidiu se tornar uma assassina de aluguel.

O jovem Cara-De-Cu
Cara-De-C* - Um personagem bem Bizarro. Um adolescente fã assíduo da banda Nirvana, que por ser admirador do grupo, decidiu se suicidar da mesma maneira que seu ídolo, o vocalista da banda Kurt Cobain, dando um tiro de espingarda no próprio rosto. Cara-de-C* sobreviveu, mas ganhou um rosto deformado e uma fala arrastada, o que lhe rendeu o apelido. Após Jesse ferir seu pai de maneira cruel, ele viaja pelos EUA pra se vingar, mas acaba virando amigo do trio principal, e descoberto por um caça-talentos, também se torna um ídolo do Rock. Ingênuo e muitas vezes inconsciente de sua aparência estranha, é um personagem de certa forma carismático, que revela bem o tipo de humor maluco e completamente fora dos padrões presente na série
Herr Starr tentando renovar o visual
Herr Starr - Vilão e líder do Graal, organização que manipula o mundo pelas sombras. Um Cara metódico, analista e megalomaníaco,  é um alemão bastante frio com as pessoas e cheio de regras de convivência, e que passa por diversas situações desagradáveis. Quer usar Jesse como um novo messias pro mundo, uma espécie de "laranja" para um complexo plano de dominação global, e se consagrar o soberano de tudo por baixo dos panos. Seu jeito europeu caricato, resmungão e almofadinha rendem boas piadas no decorrer da série. 

O implacável Santo Dos Assassinos 
Santo Dos Assassinos - Personagem extremamente popular da série, que ja chegou até a virar tema de música de algumas bandas de Rock. Um cowboy do século XIX, que devido a algumas situações trágicas e desagradáveis de sua vida, tornou-se um homem impiedoso e frio. Acabou virando o anjo da morte, responsável por trazer destruição e juizo divino quando necessário. Invulnerável e superpoderoso, é um atirador e caçador incansável. Foi liberto pelo Céu para matar Jesse Custer e  consequentemente eliminar o Gênesis

O sanguinário e megalomaníaco Herr Starr
De toda Forma, Preacher é uma Hq bastante controversa, que gerou algumas polêmicas, mas que se sagrou no meio nerd por sua história envolvente e viciante, capaz de fazer o leitor  acompanhar incansavelmente todos os volumes da história, uma saga densa e inteligente, que proporciona boas horas de diversão. Procurem conhecer e aproveitem a leitura! Valeu!

O trio parada dura Jesse, Tulipa e Cassidy

O que despertar?

Último filme da "nova" trilogia
2005, Maio, 19. O mundo de Guerra nas Estrelas testemunhava Palpatine a massagear o ego de Anakin Skywalker com sua fala macia. A promessa de vencer a morte (mais precisamente, a morte que lhe arrancou a mãe e que lhe atormentava os sonhos ao buscar Padmé) e, de quebra, um belo lugar aos muitos sóis da galáxia lhe crescera a gula pelo poder prometido por aquele nebuloso ancião. Quem assistiu e tem boa memória conhece a lambança em que isso culminou e como o nosso amigo Annie meteu os pés pelas mãos e perdeu boa parte destes membros todos no desenrolar de tão amargo processo: a morte não foi derrotada e da turbulenta e confusa profusão de dores e mágoas preditas por Yoda no Episódio I nasceu Darth Vader.


Deu ruim pro Anakin
Agora, 10 anos depois da conclusão de tão polêmica prequela, temos a eminente estréia de Episódio VII: O Despertar da Força. O nosso objetivo aqui é pensar um pouco na obra como um todo, mas com o intuito de discutir o título e o conceito por detrás deste, além de uma ou outra ideia exposta nos trailers. Partimos do princípio em que as personagens citadas já são minimamente conhecidas dentro do repertório de material promocional já divulgado. Há muita especulação pela web, tanto por parte dos fãs como fomentada pela própria Disney, acerca desse despertar do título. Em linhas gerais: Rei ou Finn? Qual dos dois é “O Jedi” dessa geração? Seria Kylo Ren um clone do imperador? de Luke? Aliás, cadê Luke Skywalker!?

Antes de continuarmos, vale comentar que O Despertar da Força é o título de filme com a redação mais genérica de todos os outros seis. Ela é bem menos expressiva para os fãs (ao menos os de longa data), digamos assim. Mas, entendemos que ele é também o que tem maior potencial de vendas. De boas, sem estranhamentos, muitos já compraram essa ideia. O conceito da “Força”, mesmo quando bem raso, é o que há de mais conhecido pelos não-fãs (leia-se: leigos, fãs em potencial, mães e pais de fãs, haters e toda sorte de combinações destes) junto dos bons e velhos Vader e Yoda. Ah! Os stormtroopers também.

"Oh-oh"
Que tal esquecermos um pouco esse papo de clonagem?

Continuando, que tal esquecermos um pouco esse papo de clonagem? Esse plot device está bem batido, ainda mais na série, tanto canônica como o universo expandido. Episódio II, Trilogia Thrawn e o jogo The Force Unleashed II são alguns exemplos. Acreditamos que, mesmo bebendo das fontes, o J.J. Abrams evitaria recorrer a tão óbvio recurso. Missão: Impossível, Jornada nas Estrelas. Até então, ele teve carinho e soube homenagear os pontos icônicos de cada obra com a qual trabalhou. Gostando ou não do resultado final, os fãs de cada série não podem negar isso. E é nessa capacidade de valorização em que acreditamos que está "O Despertar" da obra. Guerra nas Estrelas estava entregue a um limbo de anos e anos de histórias esgotando o período das Guerras Clônicas e precisava de um continuador.

Nessa esteira, o nosso novo e até então antagonista na parte mística do filme, Kylo Ren, está querendo terminar o que Vader começou. É o que se deduz pelo jogo de imagens de um dos trailers.

"Eu terminarei o que você começou."
Pessoas, o que Vader começou e que precisava ser terminado? A revolução contra a República? Trazer equilíbrio de volta a Força? E se mudarmos a pergunta para: O que Luke Skywalker começou e que precisa ser terminado?

Tanto Kylo Ren como a ordem a qual ele pertence ainda são bem misteriosos, mas ele demonstra ser jovem, confuso e um fanático pelas histórias nas quais os eventos dos episódios IV, V e VI se tornaram.

Por outro lado, Finn e Rei, até agora, pareceram bem leigos e alheios a tudo. Filhos da desinformação, compõem um binário heroico que terá que lidar com o chamado para a ação. Nossa defesa aqui é que todos os três passarão por testes e provações intensos, em total alusão ao treinamento de Luke em Dagobah, e a Força irá despertar em suas duas contrapartes em pelo menos dois deles, cada qual numa manifestação. Ou seja, teremos o usual embate entre o lado sombrio e o lado iluminado.

Kylo, Finn e Ren: as escolhas da Força
E você? O que acha? Qual é a sua teoria?