segunda-feira, 26 de abril de 2021

Séries: O Falcão e o Soldado Invernal (2021)

Pôster da mini série (ou série)

Todos que me conhecem bem sabem que sou um grande nerd assumido que ama quadrinhos de todas as editoras, porém, também sabem que tenho uma predileção especial pela Marvel. Essa paixão começou há muitos anos atrás quando li as primeiras revistas da editora, e o que me atraía mais para ela eram seus personagens com problemas humanos comuns. A Marvel sempre foi revolucionária em suas histórias e sempre esteve alinhada com os acontecimentos mundiais de sua época. A editora foi a primeira a abordar o problema das drogas em seus quadrinhos, falar sobre a discriminação entre as minorias, entre muitos outros fatos. No ramo dos filmes e séries da Casa das Ideias, também não é diferente. Muitas questões atuais já foram abordadas nesses segmentos, e dessa vez, em O Falcão e o Soldado Invernal, segunda mini série (ou série, ainda não sabemos) da Marvel a estrear no Disney+, não foi diferente. A temática aqui envolve a questão racial e a população menos favorecida que é esquecida pelos seus governantes. Criada por Malcolm Spellman e dirigida por Kari Skogland, a produção estreou mundialmente em 19 de março de 2021 e conteve 6 episódios com duração média de 45 minutos cada.

Sam e Bucky sempre discutindo e se ajudando

Na trama, Sam Wilson (Anthony Mackie) segue os rastros de um grupo anarquista, conhecidos como Apátridas, envolvido com ataques terroristas pelo mundo, enquanto Bucky Barnes (Sebastian Stan) tenta se reconciliar com seu passado como Soldado Invernal, e o caminho dos dois acaba se cruzando. Para acrescentar mais um elemento nesta trama, Sam passa o escudo do Capitão América para o governo, achando que este símbolo seria eternizado em um museu, mas o mesmo é passado para um novo Capitão América, que é John Walker (Wyatt Russell), o que não agrada nem um pouco a Bucky. E para piorar toda a situação, ainda tem os efeitos ocorridos com o mundo após o estalo de Thanos (me recuso a me referir a isso como "blip", como a Marvel denominou o estalo agora).

Os Apátridas

Anthony Mackie está muito bem novamente no papel de Falcão, e o peso que ele teve nessa série foi muito grande. Sebastian Stan também está bem novamente no Papel de Bucky. A dinâmica entre Sam e Bucky é muito boa e arranca boas risadas, no velho estilo de duplas de policiais que não se aturam, mas precisam trabalhar juntas. Os grandes destaques aqui para mim, além de Mackie e Stan, ficam com Wyatt Russel como John Walker, um militar que se torna o Capitão América, mas seus ideais são completamente diferentes dos de Steve Rogers; Daniel Brül voltando como Barão Zemo, e finalmente mostrando o vilão (ou quase) que todos nós queríamos ver desde Capitão América: Guerra Civil (2016); e Carl Lumby como Isaiah Bradley, o primeiro negro a se tornar um super soldado, tal qual o Capitão América. Sua história de sofrimento e discriminação são tocantes e revoltantes ao mesmo tempo. No elenco, ainda temos o bom retorno de Emily VanCamp como Sharon Carter, amargurada com o governo e os Vingadores depois de se tornar uma procurada devido aos eventos ocorridos em Capitão América: Guerra Civil; e temos a entrada especial de Julia Louis-Dreyfus com a Condessa Valentina Allegra de Fontaine. Ela teve participação em poucos episódios, mas seu futuro está garantido no filme solo da Viúva Negra, que estreará em 8 de julho de 2021 aqui no Brasil.

Val interage com Walker

A série não tem a menor conexão com WandaVision, porém se conecta diretamente aos eventos ocorridos em Vingadores: Ultimato (2019), assim como foi com WandaVision também. A temática de O Falcão e o Soldado Invernal é bem diferente da sua antecessora. Enquanto a primeira série da Disney+ abordava magias, o luto e como lidar com a dor; a segunda série da Disney+ já aborda a questão do racismo, das pessoas menos favorecidas que são esquecidas pelos seus governos, a burocracia que emperra tantos países, a questão do legado e de um símbolo que representa valores de alta moral para todo o mundo. A ação e os efeitos especiais estão fenomenais também e merecem destaque.

Cena impactante: o símbolo de moral e justiça manchado de sangue

Gostaria de destacar aqui também como existem fãs tóxicos e fora da realidade. O ator Wyatt Russel teve que desativar suas redes sociais por estar recebendo tantos xingamentos e ameaças por não o considerarem o verdadeiro Capitão América. Pra quê arrumar problema com o ator por algo tão insignificante assim? Wyatt Russel interpreta John Walker, que nos quadrinhos se torna o Agente Americano, e não o Capitão América. Era só esperarem um pouco que veriam que ele realmente não era o Capitão América. Um caso semelhante ocorreu com a atriz Anna Diop, que teve que se afastar das redes sociais também devido aos fãs tóxicos, que não aceitavam uma atriz negra interpretando Estelar na série dos Titãs da DC. O desrespeito do ser humano não tem limites. Precisamos colocar mais a mão na consciência e deixar de sermos tão ignorantes e respeitar mais os atores.

Barão Zemo e o soro do super soldado

O Falcão e o Soldado Invernal é uma série espetacular e leva o selo Marvel de qualidade, como sempre. Recomendo para todos que assistam esta série ótima e corajosa, pois toca em questões que incomodam muitas pessoas. Aposto que muitos irão reclamar e dizer que é a pior série já feita pela Marvel, pois ela é voltada para militância ou lacração, mas não se enganem meus amigos. A série aborda assuntos importantes e verdadeiros, e traz para o telespectador a discussão sobre o racismo e sobre as prioridades dos governos. Os diálogos mostrados entre Sam e Isaiah são um soco no estômago. Assim que o último episódio da série foi ao ar, a Marvel já oficializou o filme do Capitão América 4. Com o que vimos em O Falcão e o Soldado Invernal, o futuro do Capitão América está aberto para alçar novos voos. A próxima série da Marvel a estrear na Disney+ será Loki, em 11 de junho de 2021. Que venha logo então o Deus da Trapaça!

Um grande abraço.

P.S.: Pra mim, Tuninho Chan, sou mais o Sam Wilson como Capitão América, do que o Steve Rogers.

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