quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Black Mirror - 1ª Temporada: Até onde Iremos parar com a Tecnologia?

Há algum tempo atrás, estava surfando violentamente pelos títulos disponíveis na Netflix e buscava algo rápido para assistir. Acabei me deparando com Black Mirror, uma série britânica de 2011 criada por Charlie Brooker para o Channel 4. A série foi adquirida pela Netflix em 2015 e atualmente encontra-se na sua quarta temporada com um total de 19 episódios, com duração média de 42 minutos a 89 minutos cada episódio. A série é fenomenal!

O "Espelho Negro"
Black Mirror é uma série antológica de ficção científica, ou seja, é uma coleção de histórias agrupados por temática, que neste caso sempre envolve a tecnologia e como ela pode nos afetar hoje, ou daqui a 2 anos, ou 50 anos, enfim. As histórias de cada episódio são independentes uma das outras e o elenco também é sempre diferente a cada episódio. De cara me lembrou demais a Além da Imaginação (The Twilight Zone), que também é uma série antológica de ficção científica de 1959, com novas temporadas em 1985 e em 2002. A estrutura e o exercício de imaginar situações "absurdas" estão presentes em ambas as séries. Elas funcionam perfeitamente para explodir nossas cabeças e nos fazer dizer "Caraca! Imagina se isso fosse verdade!", o tempo todo.

Uma cena de Além da Imaginação, série de 1959
No caso de Black Mirror, esta situação fica ainda mais forte por abordar fatos que estão caminhando para ocorrer a qualquer momento no ritmo que a tecnologia vem avançando. A primeira temporada é composta por apenas 3 episódios. Vou citar brevemente o enredo de cada um deles. O primeiro episódio é "The National Anthem", algo como "Hino Nacional". Na trama a princesa da Inglaterra, amada por todo povo, é sequestrada e como resgate o sequestrador pede que o Primeiro Ministro tenha relações sexuais ao vivo com um porco, transmitindo via streaming para todo o mundo até a noite ou a princesa será assassinada. O que começa como algo tolo, vira uma grande crítica ao modo obsessivo com que as pessoas estão lidando com a mídia e aborda qual limite você iria para salvar outra pessoa.

Rory Kinnear como o Primeiro Ministro inglês em "Hino Nacional"
O segundo episódio é "Fifteen Million Merits", algo como "Quinze Milhões de Méritos". Num futuro, as pessoas precisam andar horas e horas numa bicicleta imóvel para gerar energia e ganhar com isso méritos, que é uma espécie de moeda que você usa para se alimentar, ter moradia e até mesmo entretenimento. Quem acumula 15 milhões de méritos tem o direito de se apresentar num tipo de programa de talentos. A pessoa que for bem neste programa é liberado de pedalar e pode viver uma vida melhor com todo conforto e luxo. Um rapaz se apaixona por uma novata no sistema e decide doar seus 15 milhões de créditos para que ela possa tentar cantar no programa. Aqui a trama lida com a busca pela fama, com ambição e como as pessoas se vendem por uma "vida melhor".

Daniel Kaluuya e Jessica Brown Findlay em "Quinze Milhões de Créditos"
O terceiro e último episódio da primeira temporada é "The Entire History of You", que em português seria "Toda sua História". Nesta história as pessoas usam um tipo de chip atrás da orelha que grava todo o seu dia a dia, podendo ser visto e revisto através do próprio olho do indivíduo ou transmitindo para uma televisão. Durante uma festa, um marido começa a desconfiar da amizade da sua esposa e de um amigo dela. Através de uma busca no seu chip, ele começa a desvendar diversos segredos do passado. Este episódio aborda até onde é saudável você saber de tudo que ocorre com as pessoas e se há algum limite para a privacidade alheia.

Toby Kebbell em "Toda Sua História"
A série é fenomenal! Me cativou logo no primeiro episódio com uma trama envolvente em seus primeiros minutos e que aguçou demais a minha curiosidade a cada novo episódio. O elenco é sempre espetacular a cada episódio e podemos destacar a participação de Rory Kinnear (interpretou Bill Tanner nos filmes de James Bond com Daniel Craig), Daniel Kaluuya (interpretou Chris Washington em Corra!), Rupert Everett (interpretou George Downes em O Casamento do Meu Melhor Amigo), Jodie Whittaker (interpreta a atual Doutora em Doctor Who), Jessica Brown Findlay (interpretou Lady Sybil Branson née Crawley em Downton Abbey) e Toby Kebbell (interpretou Victor von Doom em Quarteto Fantástico). Os efeitos especiais da série são excelentes e o ritmo das histórias flui facilmente. 

Rupert Everett em "Quinze Milhões de Créditos"
Eu adorei particularmente a trama do terceiro episódio. Toda a investigação feita pelo personagem de Toby Kebbell para descobrir a verdade deixa qualquer um muito aflito e quando ele vai chegando perto de relevar todo o mistério, fica aquela pergunta no ar de que "não era melhor deixar tudo isso pra lá?". A paranoia que a tecnologia pode nos causar e a grande força desta série formidável. Eu já era fã da antiga Além da Imaginação, e agora Black Mirror me pegou com força. A crítica e o público tem ido ao delírio com a série elogiando-a cada vez mais e mais. A série recebeu diversas indicações a vários prêmios e venceu diversos deles, incluindo o de "Melhor Série/Minissérie" de 2012 no International Emmy Awards. 

Jodie Whittaker e Toby Kebbell em "Toda Sua História"
Aconselho que vocês parem tudo o que estão fazendo agora mesmo e assistam ao primeiro episódio da primeira temporada. Duvido que não irão se viciar instantaneamente! Em breve, iremos falar sobre a segunda temporada aqui no nosso amado blog. Não deixem de nos seguir para acompanhar tudo o que estamos achando de Black Mirror. Mas fiquem atentos mesmo para perceberem que serei eu mesmo, este humilde blogueiro que vos escreve, quem irá escrever o texto ou se será algum tipo de androide do futuro quem irá fazê-lo!


Um grande abraço.

2 comentários:

  1. Arrasou Toninho, concordo com todos os seus questionamentos

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  2. Valeu, Marquinhos!!! Em breve falaremos sobre a segunda temporada aqui também! Fique de olho! Um grande abraço!!

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