segunda-feira, 27 de julho de 2015

Kamen Rider Ryuki - Aqueles que não Lutarem, Não Sobreviverão!

Dragdrerer: O "Mascote" da série

Olá, amigos! A era Heisei dos Kamen Rider têm nos brindado com excelentes séries. algumas com uma forte carga de suspense como Kuuga e Agito, outras com uma pegada mais humorística, como OOO, W ou Den-O, algumas bem únicas, como Kabuto e Kiva, umas nos surpreendem como Gaim ou Fourze e outras deixam a desejar, como Decade e Wizard.  Mas, de todas as séries, a que realmente abriu espaço para inovações foi Kamen Rider Ryuki, exibido em 2002 na TV Asahi com 49 episódios e 1 episódio especial. Na minha opinião, foi a série que mais ousou em muitos aspectos e por isso, eu a considero uma das mais influentes da era Heisei

Os 13 riders de Kamen Rider Ryuki. A série com mais riders até agora
Infelizmente, Ryuki não é tratado com a consideração devida por muitos fãs brasileiros. Seja pra falar bem, ou mesmo criticar, pouco se fala sobre a série, o que acho bastante injusto. Muito desse trauma talvez se deva por causa da má impressão causada pela versão americanizada da série, (produzida pela Adness Entertainment, e exibida na Globo, Kamen Rider Dragon Knight, que inclusive, fez sucesso nos EUA, ganhando até um Emmy), muitos fãs talvez achem que por causa da versão americanizada apresentar semelhanças, não se deva ver a original, o que não é verdade. Ou talvez simplesmente ignoram. De fato, Ryuki tem elementos que talvez não agradem alguns fãs das antigas (principalmente os que idolatram o Kamen Rider Black) a série investiu pesado em comédia, com um humor acentuado, que é claro em quase todos os episódios. Mas, ainda assim, com um enredo tenso, e com um ritmo acelerado, cheio de combates e momentos surpreendentes, do qual falarei aqui. 

Ryuki e seu parceiro Dragdrerer

O enredo da série é centrado em Shinji Kido, estagiário do Ore Journal, um cara atrapalhado e azarado com um perfil completamente diferente da maioria dos outros riders. Um dia, durante uma investigação sobre desaparecimento de diversas pessoas, Shinji ao entrar dentro de um apartamento vazio, encontra um Deck de cartas estranho. Ele descobre depois que esse Deck o garante  acesso ao Mundo dos Espelhos, um mundo alternativo ao nosso, povoado por estranhas e perigosas criaturas. Descobre também que dentro desse mundo ocorre um jogo, arquitetado pelo misterioso cientista Shiro Kanzaki.

Ryuki foi a primeira série com o tema cartas

Nesse jogo, cada portador dos Decks recebe o poder de se transformar num Kamen Rider, e fazer uma espécie de pacto com uma das criaturas daquele mundo. O rider deverá então enfrentar os  monstros que habitam o mundo dos espelhos, que volta e meia saem para atacar humanos no nosso mundo, e outros riders, até que só reste um. Esse rider restante, após derrotar o Kamen Rider Odin, receberá como recompensa a realização de seu maior desejo. 

Shinji e Miho, a primeira Mulher-Rider Oficial da franquia
Nesse contexto inovador, Ryuki nos coloca numa guerra famigerada entre os riders, que ao todo são 11. Isso mesmo! 11 riders disputando um duelo entre a vida e a morte (além de outros três, dois aparecendo no filme de Ryuki, e outro no episódio especial pra TV após o término da série). A série fez questão de explorar um tema nunca antes explorado na franquia, a batalha entre os próprios guerreiros, e não apenas contra os monstros. Aliás, os riders aqui tem uma característica nunca antes tão explorada: humanidade. Não estamos lidando com heróis idealizados de contos, mas sim, seres humanos, que por motivações diversas, sejam elas nobres ou pura ganância, adentraram a essa guerra em busca de realizar seus objetivos. Como humanos, esses riders são falíveis e sujeitos a fraquezas normais da nossa natureza. A série também traz mistério e inúmeros questionamentos. Quem é esse Shiro Kenzaki? Por quê e como ele realiza esse jogo? Uma teia de fatos interliga os personagens, prendendo a atenção do começo ao fim.
Ryuki confiando no coração das cartas
Esse pressuposto garante um clima de tensão e mistério, obrigando o telespectador a acompanhar cada segundo, cada realização e tentar descobrir os segredos do enredo. A série marca também um clima de tensão constante e muitas lutas. No melhor estilo sobrevivência; os riders se enfrentam constantemente, ao mesmo tempo que enfrentam os monstros, garantindo muitos combates e momentos marcantes. Posso garantir que a série choca em alguns momentos, com cenas fortes de combate e tensão psicológica entre os riders. Afinal, perder aqui pode significar muito mais do que simplesmente a morte. Esse ambiente maduro, pesado e único é o que fez Ryuki ser tão encantador pra mim. O humor, como já falei antes, também é peça chave aqui, uma vez que é usado para  tentar suavizar a tensão constante da série. Acredito que sem esse elemento, jamais seria possível exibir essa série no horário da manhã, no Japão, como foi exibida.

A hilária Nanako Shimada
Os personagens também são bem únicos e marcantes, e não só os riders; o rol dos outros personagens também é bem legal, sempre com uma marca própria. Temos o misterioso Shiro Kanzaki, que aparece sempre que algo bem tenso está prestes a acontecer, garantindo grandes surpresas e reviravoltas. Bem como também sua irmã Yui, protegida de Shinji e Rei. A avó de Yui e Shiro, a engraçadíssima velhinha  Sanako. A equipe do Ore Journal, que também garante boas risadas como o Chefe do Jornal Daisuke, a repórter intrépida Reiko Momoi, a gênio dos computadores Shimada, e a estabanada Megumi, ex-noiva de Kitaoka Shuichi.

Shinji Kido, um Rider digamos...diferente.
Entre os riders,  temos o cômico protagonista, que cresce muito na série, que apesar de ser meio tapado, compensa isso com sua coragem, determinação e força de vontade contínuas. Rei Akiyama, o sério e frio Kamen Rider Knight, rival de Shinji, que por trás da sua camada de dureza e frieza, esconde um homem que busca a todo custo salvar sua namorada, que permanece em coma devido as experiências de Shiro Kanzaki. A relação de Rei e Shinji, é uma relação de amizade/rivalidade, lembrando, por exemplo, Naruto e Sasuke do Anime Naruto ou Kota e Baron em Gaim. Inclusive, Ryuki foi um dos riders favoritos de Gen Urobuchi, roteirista de Kamen Rider Gaim, o que deixa algumas inspirações bem claras.

Ryuki e Knight: amigos e rivais
Dos outros riders temos Kitaoka Shuichi, Kamen Rider Zolda, advogado egocêntrico que sempre pensa em si mesmo antes de tudo. Ganancioso, vive acompanhado de seu assistente e segurança pessoal Goro. É apaixonado por Reiko, e secretamente, precisa vencer a Guerra dos Riders para tentar se tratar de uma misteriosa e incurável doença. Asakura Takeshi, o insano psicopata Kamen Rider Ouja, provavelmente o maior homicida da franquia; um maníaco que entrou na guerra Rider com o único objetivo de saciar sua sede de sangue. Alguns dos momentos mais chocantes da série são protagonizados por ele, como quando ele usa todos os tripulantes do barco para "alimentar" os monstros do seu Deck. Ou quando caminha lentamente em direção a uma de suas vítimas, que mesmo com gritos de ajuda e clemência, é morto a sangue frio, após constantes gargalhadas do vilão. Um monstro, e ironicamente, um dos mais carismáticos vilões da série.

Kitaoka Shuichi: o ambicioso Zolda
Outros Riders também marcam presença, como o rider Taiga, o perturbado Satoru Toju; o vidente Tezuka, como Raia, a bela Miho, que só aparece no filme da série, (que se considerarmos que Tackle de Kamen Rider Stronger é apenas uma sidekick), é a primeira mulher rider da franquia. Temos também o todo poderoso Kamen Rider Odin, um dos riders mais fortes já feitos, capaz de se teletransportar, voltar no tempo, etc. O modo de lutar desses riders também é bastante peculiar, usando o pressuposto dos objetos colecionáveis (que depois seria usado em Kamen Rider Blade e Gaim) no caso, cartas. Com elas, os riders têm acesso a um arsenal de golpes, armas e ataques diversos, podendo inclusive impedir o ataque de outro rider, roubar um ataque, etc, como num jogo mesmo. Também existem as cartas Survive, raras e que concedem um imenso poder ao utilizador. 

Asakura Takeshi: o maior homicida dos Riders
Os monstros têm um papel importante também, já que alguns não precisam ser combatidos, mas podem ser domados através de um contrato que se faz com a criatura, assim que se torna um rider, e que gera uma outra gama de ataques. A série também inova por trazer um design completamente diferente nos riders anteriores, baseados em animais, não em insetos propriamente, como a maioria dos riders.

Asakura gosta mesmo é de lutar!
A série também conta com um elenco de excelentes atores, e muitos velhos conhecidos dos Tokus como Tomohisa Yuge, no papel de Goro, que também foi Bando em Kamen Rider Gaim, Masami em Kabuto, e já fez papeis em Garo e no Live Action de Sailor Moon. Também Takashi Hajino, como o cruel Asakura, que fez o papel principal em Changerion, Toku pouco conhecido aqui no Brasil. Hitomi Kurihara, no papel de Shimada, que fez a conhecida Smart Girl em Kamen Rider Faiz. Outra curiosidade, é que a abertura da série é cantada por Rika Matsumoto, que faz a voz japonesa de Ash Ketchum, do Anime Pokémon. 


Kamen Rider Ryuga: Exclusivo do Filme
No geral, a série tem tudo pra agradar, ou ao menos ser marcante para os fãs do gênero, com episódios empolgantes e um final bastante original, que pode ou não agradar a alguns, mas que vai surpreender. Recomendo também assistir o filme e o episódio especial da série, com histórias alternativas e novos personagens.

Ryuki e sua moto no modo Survive. 
Desses personagens exclusivos, posso destacar Miho Kirishima, a Kamen Rider Femme, como já disse anteriormente, a primeira rider feminina da franquia. tem também o arrogante e traiçoeiro Kamen Rider Verde, além do Kamen Rider Ryuga, a contraparte maligna de Shinji.

Miho Kirishima em sua forma de Combate
Ryuki é uma série fenomenal, e como já disse antes, inovou em muitos aspectos da franquia, e pode agradar em muito os fãs dos Riders.

Shinji e seu Henshin na frente do espelho

Espero que tenham gostado. Valeu!

Kamen Rider Zolda e todo seu poder de Fogo! 

Abaixo, vídeo com a abertura da série:


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