terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Vade Retro – Uma Série Fraca pra Diabo!

Alexandre Machado e Fernanda Young tornaram-se os autores mais queridos do público brasileiro após criarem a série que foi fenômeno na Rede Globo em 2001: Os Normais. Logo depois emplacaram outras boas séries na mesma emissora, como Minha Nada Mole Vida, Separação?!, Macho Man, entre outros. Quando lançaram Vade Retro com Tony Ramos e Mônica Iozzi como protagonistas, logo imaginei que aí viria mais um grande sucesso. Ledo engano.

Poster da série
Quando vi a história pensei que sairia algo bom daí, pois a premissa era interessante: Abel Zebu (Tony Ramos) é um milionário executivo que contrata os serviços da advogada certinha Celeste Vasconcelos (Mônica Iozzi) para cuidar do seu divórcio com Lucy Ferguson (Maria Luísa Mendonça). Não seria nada demais, se Abel não fosse na verdade o próprio Diabo em pessoa! Com este resumo, logo imaginei que viriam ótimas situações de comédia daí, pois uma advogada certinha, numa vida entediante, com um namoro sem graça, passando a defender os direitos do Diabo, tinha tudo para dar certo. Tinha.

Abel Zebu (Tony Ramos) e Celeste (Mônica Iozzi)
Nem mesmo escalar o excelente Tony Ramos (pra mim, um dos maiores atores brasileiros que temos) para o papel do Capiroto, e a sensação do humor de 2016, Mônica Iozzi, não salvaram esta fraca série. A história se perde ao longo dos seus 11 episódios desta primeira temporada. A série até deixa um pequeno gancho para uma possível segunda temporada, mas considerando a baixa audiência não sei se a Rede Globo irá levar o projeto a frente, apesar de já ter circulado na internet que o programa terá uma segunda temporada.

Lucy Ferguson (Maria Luísa Mendonça)
A história de Vade Retro começa de uma forma, com Abel querendo transformar Celeste em laranja em seus negócios ilícitos e termina com uma história que não tem nada haver com seu começo. Parece que Alexandre e Fernanda meio que se perderam na sua criação. A série não prende e a mudança de horário prejudicou ainda mais sua audiência.

Celeste entre a mãe Leda (Cecília Homem de Melo) e o namorado Davi (Juliano Cazarré)
Os únicos momentos em que Vade Retro me fez rir foram com pequenos trocadilhos ou piadinhas com a inocência de Celeste perante o Diabo. Situações como Abel falando: “estou com uma fome dos diabos” ou “minha vida é um inferno” ainda conseguiam tirar um sorriso de mim devido a atuação de Tony Ramos e da ironia causada pela situação, mas de resto, não há muito o que dizer. Somente podemos destacar a atuação de Cecília Homem de Mello, que interpretou a católica mãe de Celeste, a dona Leda Vasconcelos. Ela protagonizou diversos momentos divertidos com Mônica Iozzi, especialmente momentos divertidos com Tony Ramos, quando esta decidia encarar Abel Zebu de frente.

Abel tentando ter paciência com Celeste
Outro ponto que eu gostava bastante eram os monólogos feitos em cada começo de episódio ou na metade de cada episódio com Abel falando sobre a humanidade ou sobre passagens da bíblia. Dentre estes momentos, meus dois prediletos foram quando ele falou dos 7 pecados capitais cometidos pelos seres humanos na parte da manhã indo trabalhar (genial) e sobre o milagre da transformação da água em vinho feito por Jesus Cristo. Muito bom.

Elenco reunido quando a série foi lançada
Espero que se realmente houver uma segunda temporada, que a série seja melhor trabalhada e que tomem uma outra direção, um outro rumo na história, porque o elenco tem muito potencial para crescer e melhorar. Não há muito mais o que acrescentar, a única coisa que realmente posso expressar é que com o currículo de Fernanda Young e Alexandre Machado com suas produções anteriores, Vade Retro é uma decepção dos diabos.


Um grande abraço.

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