segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Kamen Rider Gaim: o maior dos maiores


Difícil falar de uma série tão marcante como Kamen Rider Gaim, ainda mais depois de tantos reviews que devem existir por aí, e de tantos escritores qualificados. Mas eu não poderia deixar de dar minha opinião sobre este que é o melhor tokusatsu que já assisti na vida, e não apenas o melhor rider. Criado pelo grande Gen Urobuchi, notabilizado por animes como Fate/Zero, Madoka Magica, entre outros, Kamen Rider Gaim é uma série bastante diferente das demais.


Gen Urobuchi.


O começo de Gaim não foi nada demais, para muita gente. Confesso que levei certo tempo para me encantar pela série, mas quando me encantei, não parei mais de assistir. Os 47 episódios da saga de Kouta, Kaito, Mai, Micchy e companhia passaram como se fossem apenas 47 segundos, e cada novo episódio era uma expectativa do que iria acontecer, que reviravolta ocorreria, etc. Gen é conhecido por não poupar personagens principais de seus animes das garras da morte, então havia em mim um medo enorme de perder vários dos meus queridos de Gaim.

Quando passei a entender o que Urobuchi queria passar, percebi as enormes críticas sociais embutidas em Gaim: um governo autoritário, na forma da Yggdrasil, que controlava tudo; empregos, telefonia, internet, imprensa, televisão. Tudo estava na mão deles, e eles se julgavam os salvadores da fictícia Zawame. A manipulação do povo por eles era bem visível, e apenas os jovens resolviam se rebelar, usando a dança como elemento.

Porém, até eles conseguiam ser manipulados através da batalha de Invés (os monstros da série) e os ranks. Muita intriga, inveja, conflitos e rixas entre todos os times foram criadas. Muitas pessoas questionavam Kouta Kazuraba, o Kamen Rider Gaim, por ser muito ingênuo e infantil. Não tiro a razão delas, mas concordo em termos. Kouta era um jovem de pouco mais de 18 anos que vivia apenas com sua irmã, ainda naquela fase de transição entre menino e homem. Passou por poucas e boas, e conseguiu muito mais do que o amadurecimento natural de um ser humano lhe proporcionaria: conseguiu o respeito de todos ao seu redor. Tanto amigos quanto adversários. Kouta mostrou o que o poder da vontade pode fazer, mesmo em situações desesperadoras. E não foram poucas.




A história escrita por Urobuchi é fascinante; cheia de intrigas, reviravoltas, traições. Verdades jogadas na cara de cada um dos personagens, transformando Gaim em uma verdadeira batalha de riders pela sobrevivência do mundo. Os duelos entre Gaim e Baron eram épicos, cheios de uma rivalidade acirrada, mas respeitosa. Gaku Sano, Mahiro Takasugi, Yutaka Kobayashi, Yuumi Shida, Metal Yoshida, Yuki Kobota, deram show de interpretação. Cada personagem soava perfeitamente natural, sem nada forçado ou ensaiado. A trama se desenvolveu de tal maneira que ficava difícil prever qualquer acontecimento. Tudo era incerto. Mais um ponto positivo para Gen Urobuchi.


 


Isto é apenas pessoal, mas eu considero Kouta como o maior rider de todos. De um menino ingênuo e infantil passou a ser um rapaz com um extraordinário senso de justiça e determinado a dar ao mundo a salvação, mesmo que custasse sua própria vida. Um rapaz que teve de enfrentar seu próprio melhor amigo e não hesitou em salvá-lo da perdição provocada por seus atos insanos de querer poder/influência a qualquer custo.

Sagara foi um mestre na arte de manipular.

 Alguns personagens que preciso destacar: DJ Sagara é monstruosamente maquiavélico. Ryoma Sengoku, o Kamen Rider Duke, achava que tinha o mundo na palma das mãos. Ambos excelentes vilões, mas o Sagara é histórico. Micchy roubou a cena com a atuação impecável do Mahiro Takasugi, e Yuumi Shida e suas conversas sensacionais com Roshuo. Difícil de destacar apenas um ator ou personagem, porque todos foram ótimos. Não vou adentrar muito a trama, pois ela passa por vários arcos diferentes, e a história fica totalmente diferente de seu início. A mudança é bem gradual, então nem sempre você percebe que tudo mudou até que te seja jogado na cara.


Yuumi Shida como Mai.

Yutaka Kobayashi como Kaito Kumon, um SENHOR anti-herói.
Mahiro Takasugi como Micchy.

Não sei o que a Toei esperava da laranja, mas rendeu um grandioso suco! Grandes atuações, uma história fulgurante, personagens que cativaram e que, para mim, abriram um precedente na franquia. Passou a existir antes e depois de Gaim.

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