terça-feira, 16 de março de 2021

Tokusatsus: ainda há mercado, no Brasil?

 


O assunto é polêmico e até manjado, mas ainda ressoa: ainda há mercado para tokusatsu, no Brasil? Eu diria que, de forma legal, não. A maioria dos fãs brasileiros dos heróis japoneses já está acima da casa dos trinta anos e, embora o Brasil seja um dos maiores consumidores de tokusatsu do mundo, as pessoas estão mais interessadas em rever os heróis da infância, e existe um forte preconceito com as novas produções.

Basta visualizar as discussões de muitos grupos sobre o assunto; o foco da maior parte das discussões são as séries exibidas na extinta Tv Manchete, o que compõe apenas uma mínima parcela de tudo o que já foi lançado nestes mais de 60 anos de existência do gênero. O endeusamento das séries antigas é gritante, e a aceitação das produções mais atuais é sempre algo questionado, evitado e, em muitos casos, abominado.

Claro, não posso generalizar: há muita gente boa na tokunet. Muitos, como eu, adorariam ver produtos serem legalizados em nossas terras tupiniquins. Porém, os custos, que já são bastante altos, seriam ainda maiores, o que tornaria quase inviável para as empresas. O mercado de animes ocupou o espaço deixado pelo tokusatsu, após a extinção da Manchete, e possui uma variedade maior de produtos, tornando a importação mais interessante e lucrativa.

Certamente há empresas que importam figuras, robôs e outros artigos de tokusatsu, mas os preços, em via de regra, são pouco convidativos. O fato é que não se renovou muito o público-alvo no nosso país. Pode acontecer uma renovação? Pode, ainda mais com a Toei disponibilizando várias produções (de maneira legal e legendada em inglês), em seu canal oficial, no You Tube, mas não creio ser suficiente para fomentar o gênero, mesmo com muita coisa interessante ainda inédita por estas bandas.

Acredito que o tokusatsu, na TV aberta ou mesmo nos canais fechados, vai sempre se resumir à relíquias.

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