E pensar que, cada um de nós que assistiu ou que ainda assistirá Zyuhoger não tem sequer a mesma idade da existência da Franquia Super Sentai. E pensar que, muitos dos que assistem agora ou que ainda começarão a assistir, sequer pegaram a época em que os tokusatsus foram febre no Brasil, lá pelos anos 80 e 90. E pensar que muitos sequer assistiram aos Power Rangers, que surgiram em 1994, se não me falha a memória.
Mas é, lá se vão 40 anos de batalhas entre heróis e vilões, tendo a Terra como plano de fundo e o futuro da humanidade como meta; uns para destruí-la, outros para preservá-la. Quarenta, anos, quatro décadas, é muita coisa para qualquer vida que se preze. Muitos nasceram, muitos morreram, muitos ainda hão de nascer. 40 anos é coisa demais.
Nisto, surge o nosso quadragésimo sentai, em meio às críticas de que a franquia decaiu, sabanizou-se e se tornou um produto exclusivo para crianças. Eu não discordo de muitas das críticas feitas aos sentais após Go-Busters (embora o mesmo tenha me desagradado em alguns pontos), mas é preciso ter em mente que, um produto com tanto tempo de existência tem que passar por um momento de desgaste. É inevitável e natural. No Marketing, chamamos isto de "Período de Maturidade", onde um produto chega em seu ápice e tem um certo declínio. Isto acontece para tudo.
Mas, não se enganem: Zyuohger me agradou bastante. A Toei foi bastante criativa na composição de seu universo e personagem. A Zyuland, com seu povo antropomórfico, foi uma tremenda jogada, mesmo que já usada em inúmeros outros programas têm mais tempo do que eu consiga me lembrar. No entanto, isto não tira o mérito da Toei em inovar: a mistura de humanos e outros animais, aliada à cubos para formar as mechas e armamentos do esquadrão foi uma ótima ideia. Eu, faz vários anos, acompanho vários reviewers profissionais de brinquedos de tokusatsu/Power Rangers, e a recepção da grande maioria para o mix de produtos de Zyuohger foi muito boa. Claro, não tenho os números das vendagens oficiais da Bandai, mas pude ver uma boa parcela de contentamento de quem comprou os brinquedos.
Agora, falando sobre a trama, ficam dois pontos: um positivo, e um negativo. O positivo foi a criação do "Blood Game"; só de pensar na ideia de um sentai em que o povo sofresse com a morte me fez sentir uma motivação muito forte em assistir Zyuhoger. O ponto fraco: desde Kyoryuger para cá, a Toei tem deixado de lado um maior aprofundamento no roteiro. Me parece que, por questões que só a Toei pode explicar, eles vão até certo ponto, onde as coisas começam a ter certa gravidade, depois partem para uma onde mais leve, com vários fillers e episódios muito leves, quando o natural seria a trama tornar-se mais dura para os heróis e alguns sacrifícios serem necessários. Sempre tem faltado algo.
Os Zyuohgers:
Yamato Kazakiri, Zyuoh Eagle: um bom líder, o tipo mais conciliador. A personalidade de Yamato é calma e ele é bastante centrado, o que facilita em comandar a equipe. Eu diria que o ponto mais forte de Yamato é ser bastante tranquilo para tomar decisões, algo fundamental para um líder.
Leo, Zyuoh Lion: o mais esquentado e engraçado da trupe. A personalidade do leão (o rei da selva, como dizem, um símbolo de força e poder), foi retratado de uma maneira mais cômica nele, mas os traços mais fortes, como a força, determinação, um certo sangue quente e boas doses de humor deram uma boa composição para ele.
Sela, Zyuoh Shark: junto de Tusk e do próprio Yamato, a mais séria do grupo. Sela me chamou muito a atenção por sua personalidade forte e focada; Sela sempre se mantém dentro das situações que lhe são propostas, com poucas distrações. Sua personalidade um pouco mais dura lhe trouxe um charme, justamente por não ser aquela garotinha sensível e frágil que sempre precisa dos demais. Quando ela precisou "ir pra porrada", foi e pronto.
Tusk, Zyuoh Elephant: o mais sério dos Zyuhoger e com o maior poder analítico, Tusk quase foi uma pedra no sapato dos demais, já que teve alguns momentos em que sua seriedade, mesmo que bem intencionada, beirava à intransigência. Com o tempo, Tusk foi ficando mais maleável e próximo dos demais, o que facilitou sua própria lida com os acontecimentos.
Misao (Micchan) Mondo, o Zyuoh The World: criado pelo próprio Mestre Genis usando os poderes do lobo, crocodilo e rinoceronte, foi a grande decepção da equipe. De início, uma arma dos Deathgaliens para destruir os Zyuohgers, mas passou prematuramente para o lado dos heróis e, francamente, tornou-se um chato. Sempre culpando-se pela morte dos 3 Zyumans (o que tinha razão de ser, até certo ponto), tornou-se uma situação chata. Misao, apesar de todo o poder que lhe foi concedido, nunca foi um membro muito confiante em si mesmo, praticamente um novo Tokatti.
Bard, o Zyuoh Bird: o personagem mais enigmático de toda a história, já que toda a busca de Yamato girou em torno dele, Bard é o típico "Lobo Solitário": passou boa parte dos episódios desaparecido, só sendo encontrado quando Yamato precisava de alguma ajuda em algum momento crítico. De poucas palavras e sempre sério, tem alguma conexão com Larri, o gorila, mas ainda não foi explicado.
Amu, a Zyuoh Tiger: de todos os personagens, foi quem eu mais gostei. Amu, apesar da aparência fofa e até um tanto infantil, era quem conseguia enxergar as dificuldades dos companheiros em lidar com determinadas situações e sempre vinha com algum conselho simples e eficiente. Ela fez com que Yamato revisse vários de seus conceitos.
Os Deathgaliens:
Azald, o força bruta, o imortal. De todos os Deathgaliens, tirando o próprio Mestre Genis, foi quem deu mais trabalho aos Zyuohgers. Seus capangas, por si mesmos, não eram grande coisa, mas Azald compensava com sua enorme força física, resistência e capacidade de regeneração.
Kubar, o estrategista. O oposto de Azald, Kubar tinha a racionalidade como ponto forte. Sempre tramando maneiras de destruir seus inimigos, ele ainda tinha um plano maior em mente. Não tão forte quando Azald, não significa que ele fosse ruim de combate. Kubar usava seu florete muito bem.
Mestre Genis, o mentor do "Blood Game". Está aí o tipo de vilão que realmente me agrada: o tipo que fica manipulando o jogo, dos bastidores. Genis usava o cérebro ao invés da força. Inteligente, apreciador de um bom vinho e, claro, sedento por diversão, fez do seu Blood Game, em vários pontos, uma real ameaça aos seres humanos, mas por suas próprias mãos. O poder do Mestre Genis supera (como esperado) em muito o de seus generais, e ele o usa conforme realmente necessita; não desperdiça energia sem necessidade. Um vilão que prima pelo intelecto, não pela força.
Naria, a fiel escudeira. Bom, não há praticamente nada o que falar dela. Sua principal função era servir vinho a seu mestre e ressuscitar os monstros derrotados. Apesar de parecer uma boa lutadora, fez praticamente nada de relevante em todo Zyuohger.
Bunglay, o caçador espacial de feras. Tirando Genis, foi o melhor vilão. O caçador espacial desenvolveu uma certa obsessão por Yamato, e isto os colocou em vários enfrentamentos interessantes. O próprio Genis e Kubar mostraram bastante interesse nele. Também bastante inteligente e astuto, teve um fim prematuro. Foi um vilão que poderia facilmente ir até o final.
As mechas: está aí um ponto em que acredito que Bandai e Toei acertaram em cheio, os cubos. Eu acompanho vários colecionadores de produtos sentais e riders pela internet, e era quase senso comum que a ideia dos cubos foi uma ótima estratégia, ainda mais para crianças pequenas. Existem inúmeras linhas de brinquedos baseadas em cubos, e basear armamentos e robôs no mesmo sistema foi uma bola dentro. Poderia haver um ou dois robôs a menos, mas a tendência é haver acima de 3. De todo modo, a ideia dos cubos foi muito boa.
A Zyulândia: está aí o grande erro de Zyuohger: não ter explorado a terra dos zyumans. Foi mostrada apenas nos primeiros episódios, depois, apenas pequenas menções. A Toei perdeu uma chance e tanto de dramatizar mais a temporada se mostrasse os parentes dos zyumans que estavam presos na Terra se perguntando como e se eles voltariam, fora o fato de vários outros personagens além de Larri e Bard poderem ter aparecido. Desperdiçaram um ótimo pano de fundo para o drama, infelizmente.
Meu veredito: Zyuohger foi um sentai que me surpreendeu em vários aspectos: os cubos, os zyumans, a boa construção dos vilões e a criatividade em construir mechas e armamentos. A história foi boa e bem contada, talvez um pouco mais leve do que eu gostaria. Não encheram de personagens sem sentido na trama, como quase foi o caso de Mario, e não exageraram na infantilidade e no humor como em Ninninger e Toqger. O ponto mais forte da temporada foi que soube agradar; uma história de boa qualidade, poucas falhas, bons e sólidos personagens. Meu único senão foi, como dito no começo do texto, a falta de aprofundarem mais o roteiro, pois havia história mais que suficiente para isto, e espaço.
De todo modo, Doubutsu Sentai Zyuohger foi um ótimo sentai. Digno de ser o quadragésimo? Isto vai da consciência de cada um.
Mas é, lá se vão 40 anos de batalhas entre heróis e vilões, tendo a Terra como plano de fundo e o futuro da humanidade como meta; uns para destruí-la, outros para preservá-la. Quarenta, anos, quatro décadas, é muita coisa para qualquer vida que se preze. Muitos nasceram, muitos morreram, muitos ainda hão de nascer. 40 anos é coisa demais.
Nisto, surge o nosso quadragésimo sentai, em meio às críticas de que a franquia decaiu, sabanizou-se e se tornou um produto exclusivo para crianças. Eu não discordo de muitas das críticas feitas aos sentais após Go-Busters (embora o mesmo tenha me desagradado em alguns pontos), mas é preciso ter em mente que, um produto com tanto tempo de existência tem que passar por um momento de desgaste. É inevitável e natural. No Marketing, chamamos isto de "Período de Maturidade", onde um produto chega em seu ápice e tem um certo declínio. Isto acontece para tudo.
Mas, não se enganem: Zyuohger me agradou bastante. A Toei foi bastante criativa na composição de seu universo e personagem. A Zyuland, com seu povo antropomórfico, foi uma tremenda jogada, mesmo que já usada em inúmeros outros programas têm mais tempo do que eu consiga me lembrar. No entanto, isto não tira o mérito da Toei em inovar: a mistura de humanos e outros animais, aliada à cubos para formar as mechas e armamentos do esquadrão foi uma ótima ideia. Eu, faz vários anos, acompanho vários reviewers profissionais de brinquedos de tokusatsu/Power Rangers, e a recepção da grande maioria para o mix de produtos de Zyuohger foi muito boa. Claro, não tenho os números das vendagens oficiais da Bandai, mas pude ver uma boa parcela de contentamento de quem comprou os brinquedos.
Agora, falando sobre a trama, ficam dois pontos: um positivo, e um negativo. O positivo foi a criação do "Blood Game"; só de pensar na ideia de um sentai em que o povo sofresse com a morte me fez sentir uma motivação muito forte em assistir Zyuhoger. O ponto fraco: desde Kyoryuger para cá, a Toei tem deixado de lado um maior aprofundamento no roteiro. Me parece que, por questões que só a Toei pode explicar, eles vão até certo ponto, onde as coisas começam a ter certa gravidade, depois partem para uma onde mais leve, com vários fillers e episódios muito leves, quando o natural seria a trama tornar-se mais dura para os heróis e alguns sacrifícios serem necessários. Sempre tem faltado algo.
Os Zyuohgers:
Yamato Kazakiri, Zyuoh Eagle: um bom líder, o tipo mais conciliador. A personalidade de Yamato é calma e ele é bastante centrado, o que facilita em comandar a equipe. Eu diria que o ponto mais forte de Yamato é ser bastante tranquilo para tomar decisões, algo fundamental para um líder.
Leo, Zyuoh Lion: o mais esquentado e engraçado da trupe. A personalidade do leão (o rei da selva, como dizem, um símbolo de força e poder), foi retratado de uma maneira mais cômica nele, mas os traços mais fortes, como a força, determinação, um certo sangue quente e boas doses de humor deram uma boa composição para ele.
Sela, Zyuoh Shark: junto de Tusk e do próprio Yamato, a mais séria do grupo. Sela me chamou muito a atenção por sua personalidade forte e focada; Sela sempre se mantém dentro das situações que lhe são propostas, com poucas distrações. Sua personalidade um pouco mais dura lhe trouxe um charme, justamente por não ser aquela garotinha sensível e frágil que sempre precisa dos demais. Quando ela precisou "ir pra porrada", foi e pronto.
Tusk, Zyuoh Elephant: o mais sério dos Zyuhoger e com o maior poder analítico, Tusk quase foi uma pedra no sapato dos demais, já que teve alguns momentos em que sua seriedade, mesmo que bem intencionada, beirava à intransigência. Com o tempo, Tusk foi ficando mais maleável e próximo dos demais, o que facilitou sua própria lida com os acontecimentos.
Misao (Micchan) Mondo, o Zyuoh The World: criado pelo próprio Mestre Genis usando os poderes do lobo, crocodilo e rinoceronte, foi a grande decepção da equipe. De início, uma arma dos Deathgaliens para destruir os Zyuohgers, mas passou prematuramente para o lado dos heróis e, francamente, tornou-se um chato. Sempre culpando-se pela morte dos 3 Zyumans (o que tinha razão de ser, até certo ponto), tornou-se uma situação chata. Misao, apesar de todo o poder que lhe foi concedido, nunca foi um membro muito confiante em si mesmo, praticamente um novo Tokatti.
Bard, o Zyuoh Bird: o personagem mais enigmático de toda a história, já que toda a busca de Yamato girou em torno dele, Bard é o típico "Lobo Solitário": passou boa parte dos episódios desaparecido, só sendo encontrado quando Yamato precisava de alguma ajuda em algum momento crítico. De poucas palavras e sempre sério, tem alguma conexão com Larri, o gorila, mas ainda não foi explicado.
Amu, a Zyuoh Tiger: de todos os personagens, foi quem eu mais gostei. Amu, apesar da aparência fofa e até um tanto infantil, era quem conseguia enxergar as dificuldades dos companheiros em lidar com determinadas situações e sempre vinha com algum conselho simples e eficiente. Ela fez com que Yamato revisse vários de seus conceitos.
Azald, Kubar, Mestre Genis e Naria. |
Os Deathgaliens:
Azald, o força bruta, o imortal. De todos os Deathgaliens, tirando o próprio Mestre Genis, foi quem deu mais trabalho aos Zyuohgers. Seus capangas, por si mesmos, não eram grande coisa, mas Azald compensava com sua enorme força física, resistência e capacidade de regeneração.
Kubar, o estrategista. O oposto de Azald, Kubar tinha a racionalidade como ponto forte. Sempre tramando maneiras de destruir seus inimigos, ele ainda tinha um plano maior em mente. Não tão forte quando Azald, não significa que ele fosse ruim de combate. Kubar usava seu florete muito bem.
Mestre Genis, o mentor do "Blood Game". Está aí o tipo de vilão que realmente me agrada: o tipo que fica manipulando o jogo, dos bastidores. Genis usava o cérebro ao invés da força. Inteligente, apreciador de um bom vinho e, claro, sedento por diversão, fez do seu Blood Game, em vários pontos, uma real ameaça aos seres humanos, mas por suas próprias mãos. O poder do Mestre Genis supera (como esperado) em muito o de seus generais, e ele o usa conforme realmente necessita; não desperdiça energia sem necessidade. Um vilão que prima pelo intelecto, não pela força.
Naria, a fiel escudeira. Bom, não há praticamente nada o que falar dela. Sua principal função era servir vinho a seu mestre e ressuscitar os monstros derrotados. Apesar de parecer uma boa lutadora, fez praticamente nada de relevante em todo Zyuohger.
Bunglay, o caçador espacial de feras. Tirando Genis, foi o melhor vilão. O caçador espacial desenvolveu uma certa obsessão por Yamato, e isto os colocou em vários enfrentamentos interessantes. O próprio Genis e Kubar mostraram bastante interesse nele. Também bastante inteligente e astuto, teve um fim prematuro. Foi um vilão que poderia facilmente ir até o final.
As mechas: está aí um ponto em que acredito que Bandai e Toei acertaram em cheio, os cubos. Eu acompanho vários colecionadores de produtos sentais e riders pela internet, e era quase senso comum que a ideia dos cubos foi uma ótima estratégia, ainda mais para crianças pequenas. Existem inúmeras linhas de brinquedos baseadas em cubos, e basear armamentos e robôs no mesmo sistema foi uma bola dentro. Poderia haver um ou dois robôs a menos, mas a tendência é haver acima de 3. De todo modo, a ideia dos cubos foi muito boa.
A Zyulândia: está aí o grande erro de Zyuohger: não ter explorado a terra dos zyumans. Foi mostrada apenas nos primeiros episódios, depois, apenas pequenas menções. A Toei perdeu uma chance e tanto de dramatizar mais a temporada se mostrasse os parentes dos zyumans que estavam presos na Terra se perguntando como e se eles voltariam, fora o fato de vários outros personagens além de Larri e Bard poderem ter aparecido. Desperdiçaram um ótimo pano de fundo para o drama, infelizmente.
Meu veredito: Zyuohger foi um sentai que me surpreendeu em vários aspectos: os cubos, os zyumans, a boa construção dos vilões e a criatividade em construir mechas e armamentos. A história foi boa e bem contada, talvez um pouco mais leve do que eu gostaria. Não encheram de personagens sem sentido na trama, como quase foi o caso de Mario, e não exageraram na infantilidade e no humor como em Ninninger e Toqger. O ponto mais forte da temporada foi que soube agradar; uma história de boa qualidade, poucas falhas, bons e sólidos personagens. Meu único senão foi, como dito no começo do texto, a falta de aprofundarem mais o roteiro, pois havia história mais que suficiente para isto, e espaço.
De todo modo, Doubutsu Sentai Zyuohger foi um ótimo sentai. Digno de ser o quadragésimo? Isto vai da consciência de cada um.
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