sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Kamen Rider Kiva


Já faz um bom tempo que assisti Kamen Rider Kiva, pois foi meu primeiro heisei, mas ele me marcou eternamente. Comecei a re-assistí-lo estes dias, então as lembranças retornaram. Vou tentar resumir Kiva da melhor maneira possível, mas talvez não consiga.

Kiva se resume a obra de arte, pra mim. De todos os riders que já vi, nenhum tem a teatralidade dele. A ligação com o violino, mote que vai desde o primeiro episódio até o final, além de os próprios personagens terem uma ligação muito forte com a música, até dizendo que a música vem da própria essência da pessoa, dos seres vivos.

Kamen Rider Kiva é um pouco confuso, de início, por causa das duas linhas temporais. Levei alguns episódios para começar a entender. Agora, uma coisa que me chamou muito a atenção neste tokusatsu é o quanto as histórias são bem desenvolvidas, quase deixando as lutas de lado. Cada episódio é cheio de acontecimentos, tanto é que você até esquece a noção de tempo. Wataru é um grande personagem, começando como um rapaz tímido e complexado, até se tornar um herói forte, decidido e determinado. O roteiro de Kiva é muito intenso: intenso em reviravoltas, em acontecimentos tristes, em um humor ingênuo e rápido, em personagens que acabam unindo seus destinos de maneira quase inseparável.

Não gosto tanto do visual dos Fingires, mesmo lembrando vitrais, mas os riders são todos bonitos. Kiva tem outra coisa que gosto bastante: a ligação com vampiros, que são meu mito favorito. Personagens mais marcantes da série são difíceis de escolher, porque todos são bem singulares, eu diria. Desde o próprio Wataru, passando pela Megumi (lindamente chata e chatamente linda), Nago e sua sede de justiça, Yuri, o Mestre e sua disputa sobre % de gordura comporal com Shima-san, além de vários Fangires interessantes, como o rei, Maya, Mio e seu triste destino, Rook, Bispo. Agora, preciso destacar um personagem em especial: Kurenai Otoya. Um personagem cheio de nuances: bon vivant, mulherengo, língua ferina. De início, parece um cara vazio e egoísta, mas vai se mostrando um cara íntegro, justo, virtuose do violino, tal como Wataru. Uma atuação das mais brilhantes que já vi num tokusatsu. Também gosto do papel que a Shizuka tem de "mãe" do Wataru, pena ficar subusada no final.

Um último destaque de Kiva, mas que é algo que acontece mais no começo da trama, com o Wataru: como as pessoas podem ser preconceituosas com aqueles que não conhecem/entendem. Tratam Wataru como um doente, problemático, sem procurarem saber o que realmente acontece.

Bom, pra finalizar, considero Kiva uma obra de arte da Toei. É poético, musical, teatral.