segunda-feira, 13 de abril de 2015

Tropa de Elite – Brasil fazendo bonito na Ação!

Eu sempre fui um cara que não curte muito filmes nacionais. Por quê? Bom, na maioria das vezes o Brasil só produz dramas brabos ou comédias no padrão Globo. Confesso que algumas dessas comédias eu assisto vez ou outra, os dramas eu passo batido e outros gêneros são praticamente inexistentes no nosso cinema. Imaginem qual não foi a minha surpresa em 2007 quando lançaram “Tropa de Elite”?! 

Poster
O filme foi um sucesso estrondoso no Brasil e mundo afora também, arrebatando diversos prêmios, como o Urso de Ouro no Festival de Berlim. Inspirado no livro “Elite da Tropa” de 2006 escrito pelos ex-policiais André Batista e Rodrigo Pimentel, com o auxílio do antropólogo Luiz Eduardo Soares e o ex-marechal Rafael Donarto, o livro relata histórias do Batalhão de Operações Especiais, o BOPE, o esquadrão de elite da Polícia Militar do RJ. Meses antes de estrear o filme caiu inteiro na internet e foi um dos mais pirateados do ano (estima-se que mais de 11 milhões de pessoas assistiram ao filme ilegalmente), o que não impediu que o filme arrecadasse R$ 24.666.621 nas bilheterias.

Logo do filme
“Tropa de Elite” se passa do ano de 1997 e conta a história do Capitão Nascimento (brilhantemente interpretado por Wagner Moura), que pretende se aposentar do comando do BOPE, mas antes precisa encontrar um substituto. Ele passa à ficar de olho em dois aspirantes da polícia: André Mathias (André Ramiro) e Neto Gouveia (Caio Junqueira). Enquanto isso, Nascimento ainda tem que proteger a visita do Papa João Paulo II, que pretende ficar hospedado numa favela no Rio de Janeiro. A pressão da esposa Rosane (Maria Ribeiro), que está grávida, para que Nascimento deixe o BOPE somada à violência diária que precisa enfrentar o levam à beira de um colapso e estresse. Correndo contra o tempo, Capitão Nascimento precisa treinar seu substituto, proteger o Papa, a população e encarar ainda as corrupções existentes dentro da polícia.

Mathias à esquerda e Neto à direita, os "aspiras"

“Tropa de Elite” é um filmaço pra dar orgulho em qualquer brasileiro, não devendo em nada aos filmes americanos. É um tapa na cara da sociedade e uma chacoalhada em qualquer um. São explorados aqui temas como quem financia o tráfico de drogas, a tortura policial para obter informações, corrupção, pressão da vida particular do policial, o que a pessoa é capaz de fazer para se enturmar e o papel de um policial fora do batalhão. 

Nascimento treinando seus policiais
Wagner Moura é um show à parte. Ele é um dos grandes atores da nova geração, aos quais eu incluo Lázaro Ramos e Selton Mello. Seu Capitão Nascimento está no limite. Ele está sempre muito centrado, sério e é muito inteligente. Nascimento é incorruptível e não mede esforços para alcançar seus objetivos. É um personagem que fez a cabeça da galera.

Uma das cenas mais famosas do filme
O filme lançou vários bordões que entraram pro gosto popular (“Pede pra sair”, “O senhor é um fanfarrão”, “sr. 06”, “Falei que isso ia dar merda”, entre muitos outros), além de deixar todo mundo com a música tema do filme, “Tropa de Elite”, do Tihuana grudada na cabeça por muito tempo! A história é dividida em duas partes: a primeira são os aspirantes antes de entrar pro BOPE e a outra metade com eles já formados no Esquadrão de Operações Especiais. 

Poster internacional
“Tropa de Elite” veio para mostrar que se o Brasil quiser, pode fazer ótimos filmes, pode sair do dramalhão e comédia padrão e investir em filmes de ação, policiais, suspenses, etc. O filme ainda teve uma continuação em 2010 chamada “Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora é Outro”, também dirigido por José Padilha e que eu falarei mais pra frente. 

Nascimento e seu tratamento delicado com os vagabundos
Se vocês ainda não conferiram, procurem e assistam. E se acham que é um filme muito pesado e não aguentarão assistir, então parceiro.... pede pra sair!


Um grande abraço!

2 comentários:

  1. O filme faz você pensar duas vezes quando têm que apontar quem é mocinho e bandido nas histórias que costumamos ver retratadas nas mídias. Sem generalizar, mostra que tem banda podre em tudo quanto é lado e que é realmente difícil ser honesto em um país tão corrupto. O segundo consegue ser ainda melhor em termos de reflexão social, quando sai das esferas da favela e mostra que são os governos que alimentam este poder paralelo, ao negligenciar as necessidades da população e daqueles que prestam serviço para a sociedade colocando a vida em risco.
    Amo estes filmes. Acho que entrou pro top 100 do cinema nacional!!

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  2. Olá, Priscila!! É uma honra ter uma escritora tão famosa comentando no nosso humilde blog! Concordo com o que escreveu e logo falaremos sobre o segundo filme!

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