quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Shuriken Sentai Ninninger - Review


Bem, mais um sentai concluído, hora do review. Devo confessar: minha relação com Ninninger foi estranha. Ora eu me envolvi com a série, ora não via a hora de ela acabar. Meus motivos? Os exporei agora.

Shuriken Sentai Ninninger, desde quando suas primeiras imagens vazaram, me fez ficar eufórico pelo tema (Ninja) e temeroso, pois Toqger, apesar de eu ter gostado, teve inúmeras falhas de execução. De cara, o visual dos heróis não me agradou tanto. As botas brancas quebravam o visual de uma maneira que não me apeteceu muito. Deixando isto de lado, os trailers mostrados mostravam um sentai promissor, afinal, o tema ninja é muito querido no Brasil e tem um identificação muito antiga com o próprio Japão.

Quando começou, Ninninger foi, aos poucos, frustrando minhas expectativas, apesar da boa premissa sobre algum dos 6 se tornar o Last Ninja, o mais poderoso ninja vivo. Só que não foi bem isto que foi mostrado. Ninninger oscilou demais entre episódios fillers/bobos e poucos episódios relevantes. A trama não evoluía. Dos 47 episódios, ao menos metade é de episódios de pouca relevância. O excesso de humor (coisa recorrente nos últimos 3 sentais), foi algo que incomodou bastante, provavelmente pelo fato de eu esperar muito duma trama envolvendo ninjas, o que remetia diretamente a Jiraiya. Acredito que, apesar dos Super Sentais serem voltados para um público mais jovem, algumas coisas poderiam ser ao menos mais sutis, porque as próprias crianças podem estranhar determinadas situações, mesmo sendo crianças. Algo que serve para exemplificar que Ninninger foi falho foi uma matéria que li, ontem, numa página especializada em tokusatsus: Ninninger teve a menor venda de brinquedos nos últimos 14 anos.

Bom, para não me alongar demais nesta parte e destacar o que me agradou e o que não, vamos aos fatos.


Os seis ninjas...

Takaharu: está aí um red que eu não consegui me afeiçoar. Sempre com aquele bordão sem graça sobre estar esquentado, não se mostrou um bom líder até os 15 ou pouco menos episódios finais. Em muitos momentos ele foi bastante chato e insosso. 

Yakumo: um dos ninjas que eu esperava muito, pois tinha o ar de azul mais sério e centrado. Bem, não durou muito. Yakumo não brilhou tanto e a premissa de ser um rival de Takaharu pelo título de Last Ninja foi sendo esquecida. Outra coisa curiosa foi o fato de ele ser ninja e mago ao mesmo tempo. A magia poderia ter sido melhor trabalhada, mas ficou apenas em um adereço usado eventualmente.

Nagi: não teve importância na série, praticamente.

Fuuka: o rosto bonito. Nos 47 episódios, Nagi e ela tiveram pouquíssima importância. Ao menos ela não reclamou a série toda, como no começo.

Kasumi: a única a quem me afeiçoei mais, com suas capacidades analíticas e inteligência. 

Kinji: eu gostaria que ele tivesse seguido o caminho do caçador de Youkais, mas ele acabou se tornando um personagem comum. Teve bons momentos, quando lutava para não entrar no jogo de Kyuemon. 

O Clã Kabaoni...


Bom, os Kibaoni não foram lá uma grande ameaça, ao meu ver, com exceção de Kyuemon e Gabi Raizo, por uma breve passagem. Tsugomori tentou impor pressão psicológica nos Ninningers com seus planos, mas não colocou medo neles por muito tempo. Mangetsu (não está na foto), foi um personagem que deu uma bela chacoalhada nos ninjas. Kyuemon, sim, foi um vilão muito interessante. O clássico desejo de poder a qualquer custo foi bem usado nele, e Kyuemon fez de um tudo para conseguí-lo, sendo muitas coisas bastante traiçoeiras.

Já o próprio Kibaoni, só vocês assistindo, mesmo. 

Participações especiais...

Então, apesar de eu achar válida a ideia de trazer ninjas das séries anteriores, inclusive o Jiraiya, a quem eu realmente gosto muito, foi subutilizada, principalmente a participação do citado. Eu esperava bem mais deles, inclusive nas lições ensinadas. Me parece que foi mais uma tentativa da Toei de alavancar a audiência do que de enriquecer a trama com personagens clássicos. 

O que gostei...

Ninninger não foi um sentai ruim, foi abaixo da média, eu diria. Boas ideias apareceram, algumas bem usadas, outras, nem tanto. Gostei muito do visual dos inimigos e das locações, as mechas (embora bem carnavalescas), também me agradaram bastante. Golpes especiais, a falta da tradicional bazuca, a própria ideia de reviver personagens antigos (mesmo com os erros), Kyuemon e a reta final, incluindo o último episódio, tudo isto me agradou. Achei que, para uma série que não se prendeu muito ao tema proposto, pois deu muitas voltas e o tema ninja por vezes não tinha a importância devida, caiu bem, foi um bom fechamento. Também curti o Last Ninja, tanto no lado cômico quanto no mais sério. 

O que não gostei...

Bem, Ninninger, na minha opinião, não conseguiu criar um vínculo com quem assiste. Não em todos os casos, é claro, mas eu não senti empatia pela maioria dos personagens. Faltou carisma para vários deles. Só pra citar um exemplo direto, Toqger teve personagens bem mais fáceis de se afeiçoar, inclusive o famigerado Tokatti. Right foi um líder muito superior à Takaharu, entre outras coisinhas. O Clã Kibaoni e a trama estacionária de Ninninger também deixaram a desejar. 

Acredito que faltou se apegarem mais aos pilares clássicos dos ninjas, como clãs rivais (mesmo com Kibaoni), a própria rivalidade Takaharu x Yakumo, etc.

Veredicto...

Shuriken Sentai Ninninger não foi um sentai ruim; foi um em que a Toei trouxe algumas inovações, mas cometeu vários erros de execução e de percurso. Algumas coisas ficaram em segundo plano por tempo demais e isto empobreceu a história. De mais a mais, Ninninger é mais indicado para quem é um completista, um amante de tokusatsu, pois a trama não surpreende, é básica a maior parte do tempo. Esperemos que o sentai 40 seja tão bom quanto os demais comemorativos. 

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