segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Ressha Sentai Toqger: impressões, até agora.


Quando vi as primeiras informações sobre Ressha Sentai Toqger, fiquei receoso. Fiquei por duas razões: havia lido que Kyoryuger havia tido a pior audiência da história dos sentais, juntamente de Go-busters, e o que havia visto de Kyoryuger (depois mudei de ideia, conforme vi a série completa) não tinha me agradado. Admito que deixei opiniões alheias me influenciarem, e isto não é nada bom. Ok, deixando isto de lado, aguardei ansiosamente pelo lançamento do 39º Super Sentai.

Assim que Toqger saiu, tive um misto de alegria e um pouco de decepção: a série começa infantil demais. Ok, todos nós sabemos que tokusatsus são voltados para um público-alvo baseado em crianças, salvo exceções, mas a série me surpreendeu negativamente. Os primeiros episódios apresentaram uma premissa interessante, a dos personagens procurando sua cidade natal e evitando que a Shadowline criasse escuridão provocando tristeza nas pessoas e tomando cidades inteiras. Se você analisar bem, a premissa é muito boa: os personagens começam sem nenhuma lembrança de seus lares e até de seus nomes, e tem que evitar que a tristeza traga a escuridão para o mundo.

Toq-oh.

Até aí, tudo ótimo. Demorei alguns episódios para me acostumar com a mecha da equipe, o Toq-oh, muito por ele ser muito colorido e ter um gattai de um gosto bastante duvidoso. Tanto que a própria Toei, após alguns episódios e coisas que surgiram na internet, abreviou a montagem do robô para evitar uma cena constrangedora. Os monstros de Toqger sempre tiveram designs interessantes, grande parte deles usando a cor grafite/preto como base dos corpos. Poucos tinham personalidades interessantes, porém.

Os 6 Toqgers.

Sobre os personagens, Right (Toq #1) é um bom líder. Não é mandão, nem chato, vive pensando em comer. Não sei como os atores japoneses não engordam de tanta comida que há nos tokusatsus atuais. Entendo que seja uma coisa ritualística, mas eles vivem comendo! Mio, a Toq #3, começa a série com muito destaque. É uma garota inteligente e reservada, boa lutadora e carismática. Acho o Tokatti, o Toq #2, um azul ruim. Ele é inteligente, mas inseguro demais e não consegue se defender muito bem. Melhorou conforme a série andou, mas poderia ser mais articulado. Kagura, Toq #5, é apenas uma rosa fofa e meiga, sem habilidades de luta e com sérias dificuldades de lidar com adversários, sendo sempre salva pelo Tokatti. Hikari, Toq #4, ao lado de Right, seria o personagem mais forte do grupo, mas acabou sendo deixado de lado pelos roteiristas. A inteligência dele se sobressaiu no começo da trama, mas deram mais espaço para Tokatti e Kagura, enquanto Right, Mio e ele ficaram em segundo plano. Um cara que preciso dar meu braço a torcer é o Akira, o Toq #6.

Comecei achando-o chato e sem sentido com sua mania de morte, mas ele cresceu bem. Passou a ser um cara mais centrado e focado nas batalhas. Deixaram sua mania de morte um pouco de lado. Agora, falarei sobre as coisas boas: Toqger tem bastante humor e alguns episódios com temas muito cotidianos, eu diria. Embora pareçam simples demais, há coisas que me fizeram pensar, como eles ajudando um senhor a manter seu negócio, salvando um professor de karatê e seus alunos, as revelações após a chegada deles ao terminal da Rainbow Line, entre outras coisas.

Embora eu tenha feito várias críticas ao sentai, realmente gosto de Toqger. Me divirto assistindo aos episódios, rio, me identifico com bastante do que é apresentado ali. Claro, tenho que confessar que esperava mais da trama, pois ela ficou estacionada durante boa parte da série, mas não posso dizer que não me agrade ver. Right é engraçado, comilão e um bom líder, Mio é uma garota que sabe cativar com seu jeito introvertido e, ao mesmo tempo, protetor de ser. Tokatti é bobo, mas ele é um cara que se encontra em qualquer esquina. Hikari é forte, inteligente e destemido, Kagura é uma menina meiga e fofa (redundância proposital). Akira tem manias irritantes, mas mostra ser um personagem com uma boa base.

Madame Noire, Grita, Zed, Barone Nero e General Schwarz.

Sobre os vilões: o design da Shadow Line é o mais belo que já vi, com exceção da Grita. Barone Nero, General Schwarz, Madame Noire, Zed, Marquesa Mørk (só aparece depois do meio da série), todos eles têm visuais fantásticos. Tudo extremamente caprichado. Até os soldados rasos, Kuros, são muito bonitos. Porém, a Shadow Line não mostra ao que veio... Passaram mais de 40 episódios sem mostrar seu real propósito. Pra que juntam escuridão? O que farão com ela? Só darão ao Imperador Zed? Não faz sentido, pra mim. Sinto que falta resolução para os vilões da série, embora sejam bons. Zed, infelizmente, tenho de ressaltar, foi subutilizado pelo roteirista da série, ficando vários episódios quase sem aparecer. Tem potencial para ser um dos vilões mais interessantes já criados em um sentai, mas fica de lado muito tempo, preso em seus próprios dilemas pessoais. Não queria vê-lo tanto parado, até porque, quando aparece, mostra ser um vilão forte e bastante distinto dos demais. Seu desejo por obter brilho próprio acaba contrastando com as parcas oportunidades que ele tem de aparecer. Uma pena, ao meu ver.

Bem, este não é meu texto final sobre Ressha Sentai Toqger, mas é boa parte do que já aconteceu e como eu vi tudo. Ressalto que Toqger não é uma série ruim, ela apenas apresenta várias inconsistências. Várias delas, inclusive, poderiam ter sido evitadas com pouco esforço. Toqger tem bons atores, personagens interessantes, mas faltou desenvolvimento para os mesmos. Vejamos o que os últimos episódios nos aguardam mas, por ora, é isto.

Nos falamos novamente quando a série acabar.

Um comentário:

  1. Excelente texto, como sempre, Marcos. ToQger também me agrada demais. É uma série simples, com trama simples e muito humor. Me agradou em cheio. Tokatti é o meu personagem favorito da série, passando a frente de Right, Hikari e Akira. Zed é um grande vilão e concordo que ele poderia ser mais bem aproveitado. No mais, acredito que o pessoal reclame de ToQger por esperar trama mais elaborada e ela é simplesmente simples, assim como eram alguns dos primeiros sentais. Assim que terminar a série, também escreverei minha opinião. Parabéns pelo texto.

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